quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Top 10: Filmes 2016

2016 foi um ano inusitado, repleto de altos e baixos. Enquanto alguns meses apresentaram excelentes filmes em seguida, outros apresentaram raras boas obras. Nessa retrospectiva, vale destacar o que melhor foi visto nas telonas brasileiras no ano de 2016 (é importante lembrar que alguns filmes foram feitos em 2015, mas só estrearam em território nacional esse ano). Além dos 10 melhores, alguns filmes merecem destaque nas menções honrosas. O primeiro a ser comentado é "Rogue One: Uma História Star Wars", filme dotado de uma excelente direção de Gareth Edwards, ao mesmo tempo que dá camadas interessantes aos filmes subsequentes. Da temporada de Oscar, o filme destacado é o excelente "Steve Jobs". Dos nacionais, "Aquarius" e "Mais Forte que o Mundo; A História de José Aldo" são alguns dos melhores filmes brasileiros. Vale também destacar a animação "Zootopia", que devolveu à Disney a magia de contar boas histórias e o remake de "Mogli - O Menino Lobo", que contou com efeitos visuais impressionantes, além de um roteiro bem redondo. O melhor filme de super-herói (e mais barato) foi o irreverente "Deadpool", que se afirmou como um retrato extremamente fiel das histórias em quadrinhos do personagem. No gênero de terror, James Wan retornou com autoridade na sequência "Invocação do Mal 2". Já nos suspenses, estão "Rua Cloverfield,10" e "Animais Noturnos", como excelentes exercícios do gênero. No gênero de ação, o que mais rendeu comentários positivos foi o coreano "Invasão Zumbi". Dos trabalhos de diretores consagrados, "Ave, César!" dos irmãos Coen e "Café Society" foram os mais bem realizados. A última menção honrosa fica com o excelente filme de Segunda Guerra "Viva a França!", exibido no Festival Varilux de cinema francês. Eis os 10 melhores:

  • A Chegada -  Através de metáforas complexas, o longa mostra como as ciências naturais e as ciências humanas devem caminhar juntas para o progresso da humanidade, deixando no espectador um sentimento melancólico e reflexivo, extremamente condizente com o verdadeiro papel atribuído à arte.
  • Capitão Fantástico - O road-movie é constituído por um roteiro de altíssima pertinência, que se sobressai nos diálogos entre os personagens, abordando críticas e reflexões acerca dos padrões e instituições sociais. (Obs: O filme apresenta uma versão belíssima de "Sweet Child O' Mine", na possível cena mais tocante do ano.).
  • Os Oito Odiados - "Os Oito Odiados" é definitivamente um filme de Tarantino, dotado de roteiro pensado nos detalhes, direção inteligente e escolha de atores excepcional, que reforçam a ideia de que Quentin Tarantino é o maior idealizador da Era Moderna da sétima arte.
  • A Juventude - A vida é como uma orquestra; até mesmo a mais linda das canções com os acordes mais refinados e instrumentos mais angelicais pode acabar um dia. A existência humana é finita e o diretor mostra que essa é a verdadeira "grande beleza".
  • O Regresso -  Com toda a suposta falta de ambição que o filme inspira, ele se prova o contrário: uma obra grandiloquente que se caracteriza por um profundo estudo da identidade humana através de uma história extremamente bem dirigida e com o elenco ideal para tal estudo antropológico.
  • Boi Neon - O melhor filme brasileiro do ano apresenta um retrato verossímil do interior brasileiro, através de fotografia absolutamente estonteante, trilha sonora condizente com o tom do filme e atuações genuínas, que promovem fácil identificação com o espectador. 
  • Creed - O longa-metragem apresenta como destaque sua cinematografia praticamente impecável, que torna o filme a melhor obra já feita com Rocky Balboa. Vale destacar a excelente atuação de Michael B. Jordan e o plano sequência espetacular dirigido por Ryan Coogler.
  • Elle - O filme francês trata de elementos extremamente debatidos na sociedade atual tais como a cultura do estupro e o empoderamento feminino. Todavia, o diretor Paul Verhoeven usa de tais sub-textos para realizar um profundo estudo de personagem, protagonizado pela excelente Isabelle Huppert (melhor atuação feminina do ano).
  • Anomalisa - "Anomalisa" é um filme que faz jus ao nome, por ser irreverente, metafórico, paradoxal, além de extremamente íntimo e reflexivo.
  • A Bruxa - "A Bruxa" é um excelente retrato histórico que subverte o gênero de terror, apresentando experimentações com a linguagem cinematográfica que tornam o longa extremamente original (e assustador).
- Demolidor