quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Crítica de "12 Anos de Escravidão"

A escravidão, sem sombras de dúvida, foi definitivamente uma das maiores atrocidades que o homem já cometeu na face da Terra. É até difícil para nós entendermos como um ser-humano era capaz de tratar seu semelhante com tamanho desprezo e racismo. Nesse panorama de escravidão, "12 Anos de Escravidão" desenrola-se. Situado no século XIX, o filme é uma adaptação da biografia de Solomon Northup. Solomon Thurp (Chiwetel Ejiofor) é um negro livre que possui uma mulher e dois filhos. Ele vive de tocar violino. Certo dia, Solomon sofre uma cilada e é vendido como escravo. O principal senhor de engenho para qual Solomon trabalha é Edwin Epps (Michael Fassbender) e em sua fazenda Solomon faz amizade com a escrava Patsey (Lupita Nyong'O).

A história, como já disse, é adaptada do livro biográfico de Solomon, escrito por ele mesmo na época. O roteiro do filme é de John Ridley ("Três Reis"). O roteiro é bem escrito, apesar de alguns problemas. Solomon possui um excelente desenvolvimento que faz com que o público se apegue ao seu drama. A personagem Patsey, porém, parece muito interessante, mas ela é pouco explorada. A personagem, infelizmente, tem pouco tempo no roteiro. Os diálogos são ótimos e dão uma ideia de luta por sobrevivência. Os personagens dos senhores de engenho também são avassaladores. É difícil avaliar qual é o pior em relação a maldade. Isso é resultado de um bom desenvolvimento, que faz com que o espectador comece a odiar esses personagens por suas atitudes. Apesar de bons desenvolvimentos e diálogos, o filme peca pela continuidade na história. Sem dúvida a história é chocante e marcante, porém existem muitas cenas desnecessárias que entediam e não servem para o desenrolar da história.

A direção é de Steve McQueen ("Fome", "Shame"). O diretor faz um excelente trabalho. Enquanto outros diretores optariam por ocultar as crueldades que os escravos sofriam apenas para contar a odisseia do protagonista, McQueen consegue balancear os dois. Ao mesmo tempo em que habilmente o diretor conduz a narrativa, ele também não perde tempo e critica acintosamente a escravidão. Essa critica é visível, pois o diretor não oculta as cenas das chicotadas. Pelo contrário, o diretor deixa explícito a dor e o sofrimento dos chicoteados. Essas cenas são fortíssimas e incomodam o espectador. Mas é isso que uma boa direção implica: incomodar o espectador com a realidade nua e crua. A fotografia do filme é bonita, principalmente nas fazendas, onde o diretor de fotografia consegue mostrar belas paisagens contrapondo com a dura realidade dos negros. O figurino é excelente e remete ao tempo histórico onde a história de passa. Essa ambientação no figurino perfeita, deve-se a um bom design de produção. A ambientação dos cenários, porém são defeituosas, pois não há um realismo evidente. A trilha sonora foi um prolema no filme. Mesmo que a trilha quando usada seja bonita, ela é muito tímida. Sente-se falta de uma trilha marcante que acompanhe o filme inteiro ditando o seu ritmo.

As atuações são estupendas. Chiwetel Ejiofor ("Filhos da Esperança") tem uma ótima atuação. Seus pontos fortes no filme são as expressões faciais. O trabalho facial do ator é impressionante, pois as emoções passadas através de seu rosto são extremamente realistas. Outra que merece destaque é Lupita Nyong'O ("Sem Escalas"). A revelação do ano, Lupita faz um excelente trabalho de interpretação e caracterização. Porém sua atuação é um pouco ofuscada pelo seu pouco tempo de tela. Michael Fassbender ("X-Men - Primeira Classe") está em seu terceiro trabalho com o diretor (sendo que McQueen só dirigiu três longas na vida). Ele consegue passar uma sensação autoritária, ao mesmo tempo frágil a seu personagem. O contraste de humor de seu personagem é muito bem passado à telona por ele. O interessante no elenco do filme é que possui bastante atores consagrados fazendo uma ponta aqui ou acolá. É o caso de Benedict Cumberbatch, Brad Pitt e Paul Giamatti. O filme faturou o prêmio de melhor filme em drama no Globo de Ouro 2014. O filme possui 9 indicações ao Oscar 2014 (filme, diretor, ator, ator coadjuvante, atriz coadjuvante, roteiro adaptado, figurino, montagem, design de produção). O filme é um retrato da realidade nua e crua da escravidão, com uma direção exemplar de Steve McQueen, mas com roteiro com erros de continuidade da narrativa.

Nota: 

- Demolidor

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Novo trailer de "Godzilla"

O remake americano de "Godzilla" ganhou seu segundo trailer! No trailer, percebemos o grau de destruição que o monstro causará à Terra. Estão no elenco do filme: Bryan Cranston ("Breaking Bad"), Aaron Taylor-Johnson ("Kick Ass"), Elizabeth Olsen (futura Feiticeira Escarlate), Ken Watanabo ("O Último Samurai"), Sally Hawkins ("Blue Jasmine"). A direção é de Gareth Edwards ("Monstros") e o roteiro é de Max Borenstein ("O Sétimo Filho") e Dave Callaham ("Os Cavaleiros do Apocalipse"). "Godzilla" tem previsão de estreia para 16 de Maio no Brasil.

- Demolidor

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Tributo a Harold Ramis

Hoje (24/02/2014), aos 69 anos, o ator/diretor/roteirista Harold Ramis morreu por complicações de uma doença autoimune. Resolvemos, então, prestar uma pequena homenagem a ele, falando de sua filmografia.

Diretor: Harold Ramis tem em seu currículo 11 filmes dirigidos. São eles: "Clube dos Pilantras" (1980), "Férias Frustradas" (1983), "Clube Paraíso" (1986), "Feitiço do Tempo" (1993), "Como Salvar sua Família" (1995), "Eu, Minha Mulher e Minhas Cópias" (1996), "Máfia no Divã" (1999), "Endiabrado" (2000), "A Máfia Volta ao Divã" (2002), "The Ice Harvest" (2005), "Atlanta" (2007) e "Ano Um" (2009). Além desses filmes, Harold também dirigiu 4 episódios da série cômica "The Office".

Roteirista: Como roteirista Harold escreveu: "O Clube dos Cafajestes" (1978), "Almôndegas" (1979), "Clube dos Pilantras" (1980), "Recrutas da Pesada" (1981), "Os Caça-Fantasmas" (1984), "De Volta às Aulas" (1986), "Clube Paraíso" (1986), "Armados e Perigosos" (1986), "Clube dos Pilantras 2" (1988), "Os Caça-Fantasmas 2" (1989), "Feitiço do Tempo" (1993), "Máfia no Divã" (1999), "Endiabrado" (2000), "A Máfia Volta ao Divã" (2002) e "Ano Um" (2009). Além desses filmes, ele também roteirizou diversos games da franquia "Ghostbusters", além da série "Os Novos Caça-Fantasmas".

Ator: Como ator Harold trabalhou em: "Recrutas da Pesada" (1981), "Os Caça-Fantasmas" (1984), "Presente de Grego" (1987), "Memórias Secretas" (1988), "Os Caça-Fantasmas 2" (1989), "Feitiço do Tempo" (1993), "Os Cabeça-de-Vento" (1994), "Segredos do Coração" (1994), "Melhor é Impossível" (1997), "Correndo Atrás do Diploma" (2002), "I'm With Lucy" (2002), "Um Beijo a Mais" (2006), "Ligeiramente Grávidos" (2006), "A Vida é Dura: A História de Dewey Cox" (2007) e "Ano Um" (2009).

Harold Ramis também produziu alguns desses filmes. Em toda a sua filmografia, alguns trabalhos merecem destaque. "Os Caça-Fantasmas" e "Os Caça-Fantasmas 2" foram importantíssimos na infância de muitas crianças que viveram na década de 80. Além de roteirizar os filmes, Harold Hamis protagonizou o filme e isso, tornou-o o mais famoso dos Ghostbusters. A comédia "Feitiço do Tempo" também deve ser lembrada por ser o melhor filme de Harold, principalmente pelo seu roteiro fantástico. "Máfia no Divã" é uma excelente comédia sobre os mafiosos protagonizada por Robert De Niro. Ele fez muitas comédias engraçadas típicas de sessão da tarde. Para não ficar confuso, farei uma lista de 5 filmes em que ele atua, dirige ou roteiriza para assistir:

  • "Feitiço do Tempo"
  • "Os Caça-Fantasmas"
  • "Máfia no Divã"
  • "Férias Frustradas"
  • "Clube dos Pilantras"
- Demolidor

Crítica de "RoboCop"

"RoboCop - O Policial do Futuro" é um ficção científica cultuada de 1987 que marcou a geração de muitos amantes de cinema. O filme trazia uma crítica social poderosa, além de frases de efeito e personagens cativantes. Há alguns anos foi anunciado que o filme teria um remake. Os fãs já ficaram com um pé atrás, afinal é difícil refilmar um grande clássico. Depois, vieram os trailers e foi aí que a expectativa de todos ficou lá embaixo. Mas com expectativa alta ou baixa ou filme está aí. "RoboCop" conta a história do policial Alex Murphy (Joel Kinnaman) que após sofrer um acidente perde grande parte do corpo e para sobreviver é colocado dentro duma máquina. Essa máquina, chamada RoboCop, é um projeto do Dr. Norton (Gary Oldman), chefiado por Raymond Sellars (Michael Keaton) que visa acabar com a criminalidade nos Estados Unidos.

O roteiro é de Joshua Zetumer, em seu primeiro longa-metragem. O cenário político é muito bem usado no primeiro ato do filme e ali formou-se a esperança de um bom filme. Porém, a trama vai se desenrolando e essa trama política é esquecida para dar lugar ao drama do protagonista. Enquanto no filme original, as duas tramas eram excelentemente conectadas, nesse filme uma não dá espaço para a outra. Além disso, ocorre um romance entre o RoboCop e sua mulher totalmente desnecessários. Parece que isso foi feito para dar um final feliz para o filme. O filme, assim, tornou-se familiar. Os diálogos são irregulares. Enquanto as cenas com Samuel L. Jackson são hilárias, o público sente a falta das frases de efeito presentes no filme original. A famosa frase "Dead or alive, you are coming with me!" foi usada ridiculamente. Porém o filme também faz referências boas como no uso da frase "I would buy that for a dollar!" e na fantástica trilha sonora. O desenvolvimento do personagem principal foi bem mal feito. O roteiro não se decide qual é a posição do RoboCop em relação ao mundo e isso confunde o espectador.

Pela primeira vez numa super produção hollywoodiana temos um brasileiro na direção. O responsável pela façanha é José Padilha. Ele é responsável por grandes filmes brasileiros como "Ônibus 174", "Tropa de Elite" e "Tropa de Elite 2 - O Inimigo Agora é Outro". A direção dele é bem notável no filme. A câmera que acompanha os movimentos táticos do personagem é muito bem usada. Os movimentos de câmera também são bem feitos e eficientes. Esse movimento que acompanha os personagens no chão, em vez de mostrá-los de cima, é muito característico dos filmes anteriores do Padilha e tornam sua direção autoral, pois isso mostra que ele não se omitiu perante aos produtores e dirigiu o filme da forma que gostaria. O filme passa-se alguns anos no futuro e a imagem que o longa proporciona é bem viável. A fotografia do filme não é bem usada e não é dado espaço a ela. Os robôs do filme, assim como as naves são bem feitos. O visual do RoboCop faz uma referência no início ao mostrar a cor cinza, mas depois já muda a cor e o estilo da roupa e fica mais parecido com o Homem de Ferro. Os tiros nas cenas de ação poderiam ser melhores, mas a direção ofuscou esse problema.

O elenco é razóavel. Joel Kinnaman possui uma atuação eficiente. Mas o problema não é a atuação. O problema é que ele é muito galã para fazer o papel. Ao escolher um galã para o papel, o filme perdeu o medo/horror que a cara do RoboCop passava ao público. Michael Keaton (Batman do Tim Burton) é o principal vilão do filme. Ele não faz uma atuação má, mas ele não tem cara de vilão. Parece que a escolha do elenco foi errada, não pelas atuações, mas pelo estilo de cada ator. Porém nem todas as escolhas foram más. Gary Oldman está excelente no papel e apresenta-se como o ator mais emotivo do longa. Samuel L. Jackson está muito bem interpretando ele mesmo, falando palavrões e sendo engraçado. O grande problema do filme é a produção. O roteiro, mesmo sendo superficial, dava para ser melhor trabalhado, principalmente com a auxílio do Padilha. Mas os produtores tomaram conta do filme. Eles não se importaram com o roteiro e com a história. Eles tornaram bons personagens e bons conceitos em cenas de ação. Afinal, o filme é um blockbuster do verão americano. Mas essas cenas de ação são muito cansativas e desnecessárias. Lógico que se você vai ao cinema querendo relaxar e descansar a cabeça, o filme é uma boa escolha. Mas se você quiser um bom filme profundo, a sugestão é o filme do Verhoeven. Se José Padilha tivesse total liberdade sobre o filme, aposto que veríamos uma excelente ficção científica com críticas à sociedade. Mas, como é um blockbuster comandado por produtores, obtemos um filme de ação para a família despreocupado com o roteiro.

Nota: 

- Demolidor

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Crítica de "Pompeia"

O filme se passa um pouco antes da erupção do Monte Vesúvio, que em seguida gerou um fluxo piroclástico, causando assim a petrificação das pessoas atingidas por esse fenômeno. Um fato que até hoje é pesquisado por cientistas e visto pelo mundo todo por volta de visitações ao local em que o fato ocorreu. A história acompanha Milo ( Kit Harrington, presente na série Game of Thrones ), uma criança que após ver seus pais e sua aldeia destruída pelos romanos, vaga pela floresta e é capturado por um grupo de viajantes. Assim, se passa muito tempo e Milo está em uma província vivendo como um gladiador, e é percebido por uma pessoa da nobreza romana, que decide levá-lo até uma das principais capitais do Império Romano, a cidade de Pompeia. O roteiro do filme é bem simples e superficial, não causando muito impacto no espectador, mas acaba agradando de uma forma bem rústica, com efeitos especias grandiosos, diálogos fáceis e momentos de muita ação e destruição. A direção do filme é de Paul W. S. Anderson, que é notável que sua principal atenção foi dada aos efeitos especias e na posição das cameras aéreas, e não no roteiro e na construção dos personagens, perdendo um pouco do valor total da trama. Um fato interessante do roteiro é que mesmo o espectador saber o final da história ele acaba se esquecendo disso e acaba focando no desenrolar da história.

As atuações são bastante medianas, principalmente falando do personagem principal, que provavelmente tem uma dúzia de falas na história, e sua atuação se resume em mostrar seus músculos e lutar com uma espada,  resultando na perca de apreço do espectador pelo personagem. O romance do filme é bem fraco e só está presente para haver um. Ele é protagonizado pela atriz  Emily Browning, que interpreta Cassia, a filha dos governantes de Pompeia e Milo. Um personagem interessante na trama é Attico ( Adewale Akinnuoye-Aqbaje ), que é um gladiador, que ao vencer mais uma luta ganhará sua liberdade. No início ocorre certas desavenças entre Attico e Millo, mas os dois acabam se tornando amigos e se ajudam na hora do colapso do vulcão. O antagonista do filme é Corvus, um militar romano que já no 1° ato o espectador já despreza o personagem, que é interpretado por ninguém menos que Kiefer Sutherland, o protagonista da série 24 horas, que está muito bem no filme.

A fotografia é um dos pontos fortes do filme, conseguindo mostrar a cidade de Pompeia muito bem de ângulos aéreos e mesmo na hora da erupção ela é muito bem desenvolvida. O figurino do filme é excepcionalmente bem trabalhado, mostrando tanto as roupas do gladiadores quanto dos militares romanos. Os efeitos especias do filme são quase o tempo todo utilizados, e são excepcionais, causando um forte impacto no espectador quando é mostrado o vulcão destruindo a cidade, causando todo tipo de catástrofes, como tsunamis, bolas de fogo e desmoronamentos, e todos esses acontecimentos foram muito bem retratados no filme.

O filme apresenta conceitos muito utilizados em trabalhos do tipo, como o seriado Spartacus : Blood and Sand e no filme Spartacus, de Stanley Kubrick. Assim, "Pompeia" se torna um filme fraco em roteiro e no desenvolvimento de personagens, mas cumpre o que promete, entretendo o espectador no conceito técnico, apresentando cenas épicas de destruição em massa, e de todo os tipo que você pode imaginar.


Nota : 





                                                                                                                        - Vader

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Crítica de "Clube de Compras Dallas"

A AIDS foi uma doença gravíssima, que se intensificou nos anos 80. A doença matou milhões de pessoas em todo o mundo. Decorrente desse problema gravíssimo, filmes usaram dessa temática para contar uma boa história. Exemplo disso é o filme "Filadélfia" protagonizado por Tom Hanks e, agora, "Clube de Compras Dallas". O filme é baseado em fatos reais e conta a história do eletricista texano Ron Woodroof (Matthew McConaughey) que recebeu o diagnóstico da doença e tentou tratar-se com remédios do hospital. Após descobrir que aqueles remédios não melhoravam nada, Ron juntamente com seu parceiro de negócios Rayon (Jared Leto) abre o Clube de Compras Dallas, onde eles tentam ajudar os aidéticos com remédios e medicamentos que pudessem funcionar.

O roteiro é de Craig Borten e Melisa Wallack ("Espelho, Espelho Meu"). Apesar da história ser boa e os personagens terem características que os tornam forte, o roteiro peca na apresentação dos personagens. O desenvolvimento dos personagens é quase sempre superficial e as partes emotivas são extremamente forçadas. Além disso, o clímax do filme não é bem introduzido. O público não consegue perceber a conclusão da história, devido a falta do clímax. Porém o roteiro possui coisas boas também. Os diálogos são sensacionais e algumas piadas são excelentes. Além disso, o roteiro consegue mostrar a evolução de Ron por meio de sua relação com Rayon. Enquanto no início Ron discriminava Rayon por ser homossexual, no meio do filme já percebemos que a relação de respeito entre eles já mudou e que Ron como uma pessoa também mudou, se importando com pessoas que antes ele discriminava.

A direção é de Jean-Marc Vallée ("C.R.A.Z.Y."). A direção dele é simples, mas existem partes em que ele exagera. Existe algumas cenas que acabam com a imagem congelada e depois já começa outra cena. Tudo bem o diretor usar isso um ou duas vezes (Tarantino faz isso em quase todos seus filmes), porém ele abusa desse artifício, fazendo com que toda a cena do primeiro ato do filme acabe desse jeito. Isso irritou extremamente. As tomadas que o diretor usa são extremamente clichês e ele não faz nenhuma inovação no quesito movimento de câmera. A fotografia do filme não é muito bem trabalhada e a montagem tem esse grande problema no primeiro ato, mas no resto ela funciona bem. A maquiagem do filme é excepcional e demonstra uma sutileza e detalhismo incríveis.O figurino também é bem trabalhado, fazendo com que cada personagem tenha seu figurino próprio. Com a junção da maquiagem e figurino obtivemos personagens caricatos determinados por suas roupas e expressões faciais.

O elenco é o ponto forte do filme. Matthew McConaughey ("Amor Bandido") apresenta uma ótima caracterização e interpretação, demonstrando não ser mais o ator das comédias pastéis americanas. Outro ponto que demonstra como sua atuação é boa, é o fato dele ser privado da sua aparência que agrada o público feminino (presente nos outros filmes) para viver um personagem que não tem nada a ver com ele de uma forma brilhante. Jared Leto também está excelente no papel. Mesmo tendo um papel caricato, o ator consegue driblar isso e ir além. Ele consegue passar emoções diferentes em um personagem difícil, que muitos atores não aceitariam fazer. Ele, igual ao seu companheiro de filme, também foi privado de sua aparência, mas nem por isso teve uma atação ofuscada. Pelo contrário, teve uma ótima atuação que deixa o público ansioso para sua próxima participação. O resto do elenco coadjuvante consegue trabalhar bem e não prejudicam o filme. O filme tem 6 indicações ao Oscar (melhor filme, melhor ator - Matthew McConaughey, melhor ator coadjuvante - Jared Leto, melhor roteiro original, melhor maquiagem e melhor montagem). O filme merece os prêmios para os atores, mas nos outros existem muitos outros filmes melhores. O filme possui grandes atuações e uma boa história, que não é bem aproveitada pela preguiça do roteiro e pela falta do clímax.

Nota: 

- Demolidor

Cinemas brasileiros trocarão os filmes em cartaz na quinta-feira

A Federação Nacional das Empresas Exibidoras Cinematográficas anunciou um acordo com as distribuidoras de filmes para filmes estrearem em cinemas brasileiros às quintas-feiras, em vez de estrearem às sextas. A partir de 13 de Março, os filmes passarão a estrear na quinta-feira.

- Demolidor

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

O remake de "Quarteto Fantástico" define seu elenco

Após muitos rumores e boatos, o elenco do próximo filme do Quarteto Fantástico foi oficialmente escolhido. A Fox anunciou os nomes dos atores que interpretarão os principais. Michael B. Jordan ("Fruitvale Station - A Última Parada") será o Tocha Humana, Miles Teller ("Finalmente 18") será o Sr. Fantástico, Jamie Bell ("Ninfomaníaca") será o Coisa e Kate Mara ("Homem de Ferro 2") será a Mulher Invisível. A direção é de Josh Trank ("Poder sem Limites") e o filme tem previsão de estreia para 19 de Junho do ano que vem nos EUA.

- Demolidor

Crítica de "Nebraska"

Indicado ao Oscar de Melhor Filme, “Nebraska” chegou aos cinemas essa semana. A primeira impressão do filme da maioria das pessoas deve ter sido: “Por que em preto e branco?” Bom, ao ver o filme, o espectador não encontra um motivo claro para isso, mas pode-se relacionar a dessaturação da imagem com o tema da história. Afinal, a trama trata-se de idosos. O roteiro do longa é inteligente, mas cansativo em certos pontos. Isso também acontece por causa duma edição lenta e pouco precisa. A história acompanha Woody (Bruce Dern) e seu filho David (Will Forte) em sua jornada para Lincoln para receber o suposto prêmio de 1 milhão de dólares que o pai havia ganhado. É quase que um road-movie, mas o roteiro contém muitas cenas desnecessárias para encher o longa, o que, depois de certo ponto, fica chato. Mesmo assim, ele possui múltiplas camadas de entendimento, afinal, mais do que a jornada do pai e do filho para o prêmio, o filme trata a jornada do pai e do filho pelo entendimento mútuo.
O elenco é um ponto forte do longa. Bruce Dern está muito bem como o protagonista Woody. Sua caracterização do personagem é impressionante. Não é à toa que ele é um ator consagrado. Will Forte já não está tão bem, em alguns momentos, suas expressões parecem meio forçadas, mas é aceitável. Completam o elenco June Squibb (muito bem), Bob Odenkirk e Stacy Keach. A seleção de elenco do longa é muito boa. A fotografia já é um ponto polêmico. Como já citado antes, o filme não tem cor.Tudo bem que existe uma explicação, mas a pergunta é: Isso é realmente necessário? Tudo bem que não atrapalha a história do filme, mas não vejo um motivo claro para fazer isso. O longa não contém efeitos visuais. O figurino é praticamente o mesmo de cada personagem durante o filme inteiro, o que acaba os caracterizando.

A direção é de Alexander Payne, que realizou um bom filme. O movimento de câmera é muito bem feito e o diretor mostra que sabe o que está fazendo. Porém, como já expicado, a edição é lenta e arrastada. Os cortes demoram para serem feitos e as tomadas começam antes do que deveriam. Dá a impressão de que tentaram encher mais ainda o longa com isso.
No geral, é um filme inteligente e com diálogos corridos bem escritos, mas em função de sua edição e de seu roteiro, acaba tornando-se lento e entediante em certos pontos.

Nota:


- Bilbo

Crítica de "Inside Llewyn Davis - Balada de um Homem Comum"

Os Irmãos Coen, possivelmente, são os maiores diretores de sua geração, competindo o posto de primeiro lugar com Quentin Tarantino (sendo que este nasceu depois). Joel e Ethan Coen são diretores que gostam de abordar temas diferentes com estruturas narrativas diferentes. Por exemplo, os meus três filmes preferidos deles são: "Onde os Fracos não têm Vez" (uma mistura de thriller com drama), "Fargo" (uma comédia de erros) e "Bravura Indômita" (um faroeste). Agora, os diretores resolveram prestar uma grande homenagem à musica folk nesse drama. Llewyn Davis (Oscar Isaac) é um músico folk fracassado na Nova York dos anos 60. O filme acompanha Llewyn em sua jornada em busca de oportunidades musicais, ao mesmo tempo, que desenvolve suas relações com as pessoas apresentando os arquétipos da sociedade da época.

O roteiro é de Joel Coen e Ethan Coen. Eles conseguem introduzir o espectador ao ambiente do filme de uma forma naturalíssima. O protagonista do filme tem um excelente desenvolvimento. Como já disse, o filme acompanha não só a busca pelo sucesso artístico, mas também as relações do personagem com a sociedade. Cada personagem do filme representa algo que falta na personalidade de Llewyn, e, o personagem vai  se auto-descobrindo e percebendo o que há de errado. O mais marcante dessa evolução é quando o gato aparece. Aquele gato apresenta um simbolismo lógico, pois parece que ele é a única coisa por qual Llewyn se importa. Além de apresentar um roteiro sensacional, os Coen realizaram um excelente trabalho ao não tentar retratar algum artista famoso como Bob Dylan, mas um, dentre vários outros, músicos fracassados. As músicas presentes no filme, além de produzirem uma beleza auditiva também são encaixadas perfeitamente na história, sendo exibidas nos momentos certos do filme. Cada música tem seu significado e que pode ser transformado na jornada de Llewyn. Aliás, a escolha do nome do personagem é inusitada. Os Coen já usaram esse nome para o personagem de Josh Brolin em "Onde os Fracos não Têm Vez" e agora, mais uma vez, usam-no. Interessante.

A direção também é dos Irmãos Coen. Porém, normalmente, quem conduz a direção é Joel e Ethan apenas dá alguns palpites. Nesse filme não parece diferente, afinal a direção de Joel é notável. Os movimentos de câmera que prezam por detalhismos do cenário, decorrendo do foco da história são típicos dos trabalhos anteriores da dupla e aqui se mantém. A direção consegue desenvolver bem as cenas dando atenção a esses mínimos detalhes. Outro ponto do trabalho deles que é reconhecível são os cortes. Eles sempre são feitos nos momentos certos e, logo depois, já introduzem uma cena nova no meio de um diálogo, coisa que outros diretores esperam acontecer o corte para começar a desenvolver o diálogo. Esses cortes rápidos e inteligentes dão ao filme uma excelente montagem. Além disso, a fotografia do filme que se apresenta de uma forma melancólica é bem usada e os efeitos sonoros também são marcantes. Como o filme é sobre a música, nele canções estão presentes constantemente. É visível o trabalho do editor de som que encaixa determinada música na cena ideal, além de produzir um som puro e audível. Aliás, as músicas são extremamente tocantes e as letras muito bonitas. Realmente faz o espectador procurar um pouco mais sobre o gênero folk.

O elenco foi bem selecionado. Oscar Isaac ("Robin Hood") interpreta Llewyn Davis. Sua atuação é surpreendente, afinal é seu primeiro papel e ele, praticamente, leva o longa inteiro nas costas. Artisticamente falando Oscar não é excelente, porém seu trabalho merece ser valorizado e pode despertar interesse de produtores e diretores. A sua atuação é consistente e eficiente. O filme é dotado de vários atores coadjuvantes. Não tem como assistir o filme sem reparar em John Goodman (na 6° parceria com a dupla). Mesmo tendo pouco tempo de tela, o tempo que dispõe John apresenta um personagem caricato, que adora insultar as pessoas e, é claro, torna-se um excelente alívio cômico. Justin Timberlake também tem uma participação no filme e ele finalmente entendeu seu lugar. Em trabalhos recentes, o ator/músico interpretava uma pessoa "normal". Nesse filme, porém, Justin interpreta um músico e é isso que o faz atuar bem. O filme possui apenas 2 indicações ao Oscar (fotografia e mixagem de som). A Academia mostra-se mais uma vez injusta, pois "Inside Llewyn Davis - Balada de um Homem Comum" supera muitos dos concorrentes. Os Irmãos Coen prestam uma grande homenagem à musica folk dos anos 60, se esquivando dos estereótipos de apresentar histórias de artistas famosos, para apresentar uma excelente história de um "homem comum".

Nota: 

- Demolidor

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Jai Courtney será Kyle Reese em "Terminator: Genesis"

O elenco do quinto filme da série "O Exterminador do Futuro" está completo. Após anunciarem Emilia Clarke para Sarah Connor, Jason Clake para John Connor, além da volta de Arnold Schawrzenegger ao papel que o consagrou, agora é a vez do anúncio ator para Kyle Reese ser escolhido. O escolhido foi Jai Courtney ("Duro de Matar: Um Bom dia para Morrer"). Kyle Reese é o "namorado" de Sarah Connor e pai de John Connor. O filme é dirigido por Alan Taylor ("Thor - O Mundo Sombrio") e tem previsão de estreia para 2015.


- Demolidor

Novo trailer de "Anjos da Lei 2"

A continuação duma das melhores comédias americanas recentes ganhou mais uma prévia. Enquanto no primeiro filme, Schmidt (Jonah Hill) e Jenko (Chaning Tatum) se infiltraram no "high school" de uma escola, agora eles precisam se infiltrar na faculdade. O filme continuará com Phil Lord e Cristopher Miller ("Uma Aventura Lego") na direção. A previsão de estreia do filme é para 13 de Junho.

- Demolidor

Primeiro trailer de "Guardiões da Galáxia"

O mistério acabou! A Marvel anunciou o primeiro trailer do filme dos "Guardiões da Galáxia". Nele percebemos todos os guardiões: Senhor das Estrelas, Groot, Rocket Raccoon, Drax e Gamora, além de uma breve aparição do vilão Colecionador (Benicio del Toro). O ator americano John C. Reily também está presente no trailer. Pela prévia parece que os Guardiões são presos, porém precisam escapar para deter algum mal maior (provavelmente Thanos). O filme estreia em cinemas brasileiros no dia 1° de Agosto.

- Demolidor

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Crítica de "Caçadores de Obras-Primas"

“Esse filme vai ser legal!” - dizia eu ao ver o trailer. George Clooney, Matt Damon, Bill Murray, John Goodman, entre muitos outros no mesmo filme! É quase que um “Mercenários” menor. Bom, eu e todos os que pensaram assim estávamos enganados. Pelos pôsteres, cartazes, trailers, tudo indicava um filme com muita ação, mas, mesmo assim, com uma boa história. Mas o longa contradiz essas indicações, pois é arrastado demais e possui uma história muito arrastada e com muitos furos, além dum mau desenvolvimento de personagem. Pouco depois de sair do cinema, ao parar para pensar no filme, o espectador percebe a quantidade de erros no roteiro de Clooney, que também é diretor. Claro que é legal ver o Bill Murray trabalhando junto com o John Goodman, mas em termos de história, isso não faz o menor sentido, pois já passaram da idade (e do peso…) de servirem ao exército. O longa tenta explicar, mas mesmo assim continua muito forçado. Para não falar só mal do filme, também é preciso ressaltar os pontos bons. Eles partem duma premissa muito legal, que como o próprio nome já diz, trata-se de Caçadores de Obras-Primas. Sete homens que têm como missão resgatar quadros e esculturas roubadas pelos nazistas. É “baseado” em fatos reais, mas muita coisa é inventada para deixar o filme mais dinâmico. E é aí que está o problema. Ele não fica mais dinâmico. Os diálogos são longos e chatos, a ação é escassa, e o filme é cheio de cenas desnecessárias, ao ponto de, ao sair do cinema, o espectador realizar que o longa poderia ter durado apenas trinta minutos.
O elenco pode ser considerado o ponto bom do filme. George Clooney não está em sua melhor forma, também, havia acabado de sair de “Gravidade”, um dos melhores filmes do ano passado. Como ator, ele até se sai bem, mas como diretor e roteirista… Matt Damon está bem também. Ele é um bom ator quando resolve ser. Mesmo com um personagem sem profundidade, ele consegue extrair uma atuação razoável. Temos também Bill Murray, que não está mais em sua melhor forma também, mas só de vê-lo de soldado, os fãs de “Os Caça-Fantasmas” já vão estar satisfeitos. John Goodman é a mesma história de Murray. Já esteve melhor, mas ainda assim continua bem. Cate Blanchett é provavelmente a única personagem feminina do longa. Sua atuação está ótima como quase sempre, além de seu francês, ela parece mesmo francesa no filme. Impressionante. Completam o elenco Jean Dujardin, Hugh Bonneville e Bob Balaban, como os outros três caçadores. O filme explora pouco a fotografia, algo que, se fosse melhor trabalhado, poderia elevá-lo à um novo patamar, ainda mais quando estamos falando de um filme de guerra, onde é preciso distinguir o “bem” do “mal”, dentre muitas outras coisas. O longa também não usa muitos efeitos visuais, mas quando eles existem, são bem feitos. A ambientação da Segunda Guerra Mundial também é ótima, completamente verossímil. Bom, George Clooney nunca foi diretor. Que já dirigiu longas, já; mas nunca foi um diretor. Ele sempre foi o “galã” dos filmes. O protagonista que salva o dia. O problema é que como diretor, ele não salva nada. A direção é funcional, mas no limite do assistível pro ruim. Ele escolhe mal os ângulos e o ritmo do filme é bem ruim. Era muito melhor que ele tivesse simplesmente contratado um diretor eficiente, ao invés de tentar mexer onde não deve. Parece que não aprendeu nada com Alfonso Cuarón. É um filme chato que prova que as aparências enganam. Dá a entender que os atores que não foram chamados pr’Os Mercenários estavam criando tentar uma franquia. Tomara que não consigam, porque em um só filme já decepcionam e esgotam a paciência do público.

Nota:

- Bilbo

domingo, 16 de fevereiro de 2014

Vencedores do BAFTA 2014

Hoje aconteceu a entrega dos prêmios BAFTA 2014. A premiação é conhecida como a prévia britânica do Oscar. Vejam os filmes vencedores da cerimônia apresentada por Stephen Fry:

Melhor filme:
  • "12 Anos de Escravidão"
Melhor diretor:
  • Alfonso Cuarón - "Gravidade"
Melhor ator:
  • Chiwetel Ejiofor - "12 Anos de Escravidão"
Melhor atriz:
  • Cate Blanchett - "Blue Jasmine"
Melhor ator coadjuvante:
  • Barkhad Abdi - "Capitão Phillips"
Melhor atriz coadjuvante:
  • Jennifer Lawrence - "Trapaça"
Melhor filme britânico:
  • "Gravidade"
Melhor filme britânico de diretor ou roteirista estreante:
  • "Kelly + Victor"
Melhor filme estrangeiro:
  • "O Ato de Matar" - Dinamarca
Melhor animação:
  • "Frozen - Uma Aventura Congelante"
Melhor documentário:
  • "O  Ato de Matar"
Melhor roteiro original:
  • "Gravidade"
Melhor roteiro adaptado:
  • "Philomena"
Melhor trilha sonora original:
  • "Gravidade"
Melhor fotografia:
  • "Gravidade"
Melhor edição:
  • "Rush - No Limite da Emoção"
Melhor design de produção:
  • "O Grande Gatsby"
Melhor figurino:
  • "O Grande Gatsby"
Melhor som:
  • "Gravidade"
Melhores efeitos especiais:
  • "Gravidade"
Melhor maquiagem:
  • "Trapaça"
Melhor curta animado britânico:
  • "Sleeping with the Fishes"
Melhor curta britânico:
  • "Room 8"
Melhor atriz/ ator em ascensão:
  • Will Poulter - "Família do Bagulho"

- Demolidor

sábado, 15 de fevereiro de 2014

Crítica de "Philomena"

É impressionante como hoje em dia existem tantos filmes bons baseados em fatos reais. Vamos pegar o exemplo dos filmes indicados ao Oscar 2014. Dos 9 filmes indicados, 6 são inspirados em fatos e personagens reais: "O Lobo de Wall Street", "Trapaça", "Capitão Phillips", "12 Anos de Escravidão", "Clube de Compras Dallas" e "Philomena". Este, conta a história de Philomena Lee (Judi Dench), uma freira que teve seu filho criança sendo arrancado de suas mãos pelas outras freiras. Passam-se 50 anos e a então ex-freira decide procurar pelo seu filho. Ela encontra então o jornalista Martin Sixsmith (Steve Coogan) que interessa-se por sua história e ambos partem em uma jornada de descobertas e surpresas. Como já dito, o filme é baseado em fatos reais e uma adaptação do livro "The Lost Child of Philomena Lee" de Martin Sixsmith.

O roteiro é escrito por Steve Coogan e Jeff Pope ("O Lavador de Almas"). O roteiro é muito bem construído. Tratando-se de um drama que acompanha a luta de uma mãe em busca de seu filho perdido, o filme não é tão pesado assim. Usando de diálogos inteligentes e personagens caricatos, os roteiristas consegue introduzir esses alívios cômicos essenciais para não deixar o filme tão triste. Outro filme que usa da mesma premissa da luta de uma mãe à procura de um filho é "A Troca" de Clint Eastwood, mas este é pesado e triste, mas mesmo assim uma grande obra. Os personagens principais são desenvolvidos de uma forma brilhante. Os roteiristas usam dos estereótipos para promoverem uma luta de ideais. Por um lado temos uma senhorinha irlandesa católica fervorosa e no outro temos um jornalista de meia-idade e renegado que duvida da existência de Deus. De modo algum o roteiro favorece algum, apenas enriquece a relação entre os principais. Além disso, o roteiro critica a Instituição da Igreja Católica Irlandesa, demonstrando os sofrimentos das mães que tiveram seus filhos perdidos para sempre por um suposto ato de "pecado". O roteiro apresentando-se de forma leve, ao mesmo tempo toca o coração e diverte o espectador que aprecia cada momento do filme.

A direção do filme é belíssima. Stephen Frears ("A Rainha") usa de cores claras para demonstrar os ambientes em que os protagonistas passam à procura do filho perdido. Porém, ao chegarem na Igreja, o diretor usa de cores escuras e sem vida, demonstrando uma ideia de depressão. O próprio figurino dos dois começa escuro e depois de aprimorarem sua relação, começa a clarear. A câmera apresenta-se de forma simples e orgânica, demonstrando uma certa simplicidade de filmagem, mas que não atrapalha em nada o andamento da história. A fotografia do filme é muito bem feita e as paisagens mostradas ao fundo são de uma beleza e leveza imprescindível. A trilha sonora também é doce e emocionante. Ela entra nos momentos certos e inspiram emoção. O figurino, como já dito, ajuda no desenvolvimento da relação entre os personagens. A montagem do filme é muito bem feita e não deixam nenhuma cena inútil no filme.

As atuação são excelentes. Steve Coogan (também roteirista do filme) possui uma boa atuação. Ele expressa os sentimentos e a crise da meia idade que seu personagem sofre de forma realista. As reações dele também são bem trabalhadas. Mas o ator é muito ofuscado pelo brilhantismo da sempre excepcional Judi Dench ("Shakespare Apaixonado"). A atriz apresenta uma ótima atuação tanto cômica quanto dramática. Na parte de caracterizar a personagem cômica, a atriz atribui à personagem uma inocência que faz o público se apegar ainda mais à personagem. Nas partes dramáticas, a atriz consegue demonstrar tristeza e emoção de uma forma que nos faz pensar que ela está realmente sentindo aquilo. Isso é simplesmente inexplicável. A única forma de sentir isso é vendo o filme. Não é a toa que o filme promoveu a 7° indicação da atriz ao Oscar, sendo que ela é vencedora pelo papel em "Shakespare Apaixonado". Os personagens secundários pouco aparecem e quando o fazem são totalmente ofuscados pelo entrosamento entre a dupla principal.

O filme é indicado a 4 Oscars ( filme, roteiro adaptado, atriz - Judi Dench e trilha sonora). Creio, porém, que o filme não será tão elogiado pela Academia por criticar a Igreja Católica e também em algumas partes o filme satiriza a cultura americana (afinal o filme é inglês). Mas o fato do filme não levar nenhum Oscar, não o desmerece, afinal o Oscar não é sinônimo de qualidade. O filme conta com uma atuação primorosa de Judi Dench e com um roteiro bem construído que o tornam um excelente drama com uma pitada do assíduo humor inglês.

Nota: 


- Demolidor



Crítica de "Ela"

Spike Jonze surtado! O roteirista e diretor desse filme se superou nas ideias e criou uma história um tanto estranha para os olhares de fora, mas incrível para os espectadores do filme. Essa história consiste em Theodore (Joaquin Phoenix) se apaixonando por uma inteligência artificial (Scarlett Johansson). Num futuro não muito distante (pelo menos é o que se dá a entender), são criados os SOs (provavelmente sigla para sistemas operacionais). Theodore, deprimido por seu recente divórcio, e sem um rumo para sua vida, acaba comprando um. Surpreende-se pela inteligência e sentimentos de sua SO, e acaba por começar uma relação amorosa com ela. O roteiro é realmente espetacular. A forma como Spike Jonze introduz uma ideia completamente estranha fazendo-a parecer natural é realmente de se admirar. O personagem Theodore é extremamente bem trabalhado e seu amor pelo computador não parece algo bobo, como pareceria se o roteiro fosse medíocre. Seus sentimentos são completamente realistas, sua depressão tem um motivo pra existir, o conflito dentro de si mesmo por amar uma pessoa mas também saber que esta pessoa não é "de verdade" também é muito bem pontuado. Por outro lado, também temos o conflito de Samantha, a SO. Que, mesmo amando Theodore, sabe que ela não é o suficiente para ele, pois ela não está ali realmente. O roteiro é realmente fantástico. Não é à toa que está indicado à categoria Melhor Roteiro Original no Oscar deste ano.
Mas mesmo com um roteiro bom, o filme precisa de alguém para representa-lo bem. Joaquin Phoenix dá um show de atuação fazendo o espectador por um momento esquecer que ele é apenas um ator interpretando e começar a achar que aquilo é de verdade. Seu envolvimento com o personagem é realmente perceptível. Sua depressão, seu caminho para a superação, seus sentimentos, seus conflitos, além de muito bem pontuados no roteiro, são muito bem representados por Phoenix. Também temos a atuação de Scarlett Johansson como Samantha. Bom, na verdade o rosto dela não aparece no longa, mas a voz aparece constantemente, tornando-se o computador, o principal personagem coadjuvante. Sua interpretação é boa. Em certos momentos, dá a sensação que há alguém de verdade em outro lugar falando, mas elas são sempre passageiras, o que é muito bom pro desenvolvimento do filme. Atuando no longa também está Amy Adams (Amy), que é uma antiga amizade de Theodore. Está bem, mas o papel é praticamente terciário. Completando o elenco principal, temos Rooney Mara e Olivia Wilde.
Em termos de visual e fotografia, o filme também se destaca. Ele possui alguns efeitos especiais como hologramas e computadores mais avançados, mas não é o foco do filme. Aquilo está ali só para estabelecer o futuro. Não é algo que desvie a atenção do espectador como em filmes de ficção científica por exemplo. Na fotografia e no figurino existem também elementos interessantes. Theodore usa várias cores de roupa, como azul que significa confiança e estabilidade, o amarelo que é a alegria, mas a cor que predomina é o vermelho. Não só nas vestimentas, mas também nos cenários. Ele significa amor, força e guerra. Afinal, dentro dele existia uma "guerra" entre o coração e o cérebro. O filme está indicado ao Oscar de Melhor Design de Produção.
A direção de Spike Jonze é extremamente eficaz. Ele que vinha de filmes como "Quero ser John Malkovich" e "Onde vivem os Monstros", mostrou que ainda é genial não só na direção, mas também no roteiro. A câmera tem uma ligação forte com o protagonista, por exemplo, em momentos de alegria, ela se move dinamicamente, mas em momentos de depressão, ela se mantém estática. Além disso, o filme é parado, praticamente só de diálogos. Mas mesmo assim, o espectador não cansa em nenhum momento durante as duas horas. Isso é um enorme mérito tanto para a direção quanto para o roteiro.
"Ela" é um filme extremamente interessante e profundo, além de muito bem construído e montado. Está indicado para quatro Oscars, incluindo Melhor Filme e Melhor Roteiro Original, merecidos. Afinal a maneira como Spike Jonze transforma uma premissa completamente estranha em algo natural é extremamente fantástica.

Nota:





- Bilbo

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Novo trailer de "Transcendence"

A ficção científica "Transcendence" ganhou seu segundo trailer. No filme, um cientista doente em estado terminal (Johnny Depp) transfere sua mente para um computador. Isso torna-o muito poderoso e praticamente imparável. O elenco também conta com Morgan Freeman, Kate Mara ("127 Horas"), Paul Bettany (o futuro Visão de "Os Vingadores 2"), Rebecca Hall ( "Vicky Cristina Barcelona") e Cillian Murphy ("A Origem"). A direção é de Wally Pfister (conhecido apenas por ser diretor de fotografia da trilogia "Batman - O Cavaleiro das Trevas" e "A Origem", mas nunca dirigindo um filme inteiro). O roteirista é Jack Paglen (também sem nenhum trabalho roteirizado). A estreia do filme em cinemas brasileiros será no próximo dia 18 de Abril.

- Demolidor

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Tributo a Philip Seymour Hoffman

No penúltimo Domingo (dia 2 de Fevereiro de 2014) recebi uma triste notícia. O ator Philips Seymour Hoffman havia falecido aos 46 anos por overdose. Existem pessoas que gostam do estilo de filme mais artístico e outras dos famosos filmes comerciais: os "blockbusters". Eu, particularmente, gosto dos dois tipos de filme e com a notícia da morte de Hoffman minha decepção foi em dobro. Ali havíamos perdido um ator que consegue fazer tantos bons filmes artísticos quanto bons "blockubsters". Resolvi então fazer uma pequena homenagem a carreira dele, que infelizmente, acabou muito cedo.

O primeiro filme em que Hoffman esteve no elenco foi o desconhecido"Triple Bogey on a Par Five Hole" (1991). Em 1992, o ator participou das comédias "A Arma" e "Fé Demais não Cheira Bem", além do aclamada drama estrelado por Al Pacino, "Perfume de Mulher". Em 1993, o ator continuou fazendo comédias não tão boas como "Joey Breaker", "Namorada Gelado, Coração Quente!" e "Dinheiro, Prá Que Dinheiro?". Em 1994, o ator participou do filme de ação "A Fuga", dos drama "Szuler" ,"Quando Um Homem Ama uma Mulher" e (o ótimo) "O Indomável - Assim É Minha Vida", estrelado por Paul Newman.  A partir do ano de 1996 sua carreira começou a deslanchar. Nesse ano ele trabalhou no suspense "Jogada de Risco" e no filme de aventura "Twister". Em 1998, o ator participou de "Montana", "Próxima Parada Wonderland", "O Grande Lebowski" (aclamado filme dos Irmãos Coen), "Felicidade" e "Patch Adams - O Amor é Contagioso". Em 1999, ele estrelou com Robert de Niro o filme "Ninguém é Perfeito", além de participar dos bons dramas "Magnólia" e "O Talentoso Ripley". Em 2000, Hoffman participou da comédia "Deu a Louca nos Astros" e do bom drama "Quase Famosos". Dois anos depois (em 2002), o ator protagonizou as comédia dramáticas "Com Amor, Liza", "Embriagado de Amor", além de participar do thriller "Dragão Vermelho" e do drama "A Última Noite". Em 2003, ele estrelou "Owning Mahowny" e participou do épico "Cold Mountain". Em 2004 ele participou da comédia romântica "Quero Ficar com Polly" e dois anos depois participou de outra comédia: "Strangers with Candy". Nesse mesmo ano, o ator interpretou Truman Caporte num dos filmes mais importantes da sua carreira: "Capote". Em 2006, o ator viveu o icônico vilão Pé de Coelho em "Missão Impossível 3" e ali se revelou para o grande público. No ano seguinte, Hoffman trabalhou em "A Família Savage", "Antes que o Diabo Saiba que Você Está Morto" e no bom "Jogos do Poder". Em 2009, trabalhou em "Sinédoque, Nova York" e "Dúvida" (este ao lado de Meryl Streep). No ano seguinte, Philip atuou em "Os Piratas do Rock" e "O Primeiro Mentiroso". Em 2010, ele dirigiu seu primeiro e único filme: "Vejo Você no Próximo Verão", onde também faz o protagonista. Em 2011, ele trabalhou no ótimos dramas "Tudo pelo Poder" e "O Homem que Mudou o Jogo". Em 2012, Hoffman estrelou os ótimos "O Mestre" e "O Quarteto". No ano passado, o ator apareceu na telona no filme "Jogos Vorazes - Em Chamas", onde intepreta o importante personagem Plutarch. Esse ano, ainda estreiam trabalhos dele como "O Homem Mais Procurado" e "Jogos Vorazes - A Esperança - Parte 1" e no ano que vem ele estará na conclusão da franquia "Jogos Vorazes".

 Com apenas 46 anos, o ator tem 4 indicações ao Oscar ("Capote", "Jogos do Poder", "Dúvida" e "O Mestre"), sendo que possui uma estatueta pelo trabalho em "Capote". Além do Oscar, Hoffman tem 5 indicações ao Globo de Ouro ("Capote", "Jogos do Poder", "A Família Savage", "Dúvida" e "O Mestre") tendo vencido também por "Capote", 5 indicações ao BAFTA Awards ("Capote", "Jogos do Poder", "Dúvida", "Tudo pelo Poder" e "O Mestre") e 1 indicação ao Emmy pelo papel na série "Empire Falls".
Com uma carreira repleta de bons trabalhos com ótimos atores, atrizes e diretores, Hoffman era admirado pelos acertos nas escolhas dos papéis. Além de ficar imortalizado entre os amantes do cinema "cult", o ator ficou conhecido pela "galera" pelos excelentes trabalhos em "Missão Impossível 3" e "Jogos Vorazes - Em Chamas". Sem sombras de dúvidas, Philip Seymour Hoffman foi um dos atores mais talentosos de sua geração e para sempre será lembrado nos corações dos amantes de cinema.

- Demolidor

Paul Bettany será o Visão em "Os Vingadores 2"

"Os Vingadores 2" finalmente contratou que interpretará o Visão. Será Paul Bettany ("O Código da Vinci"). Nos quadrinhos, o Visão é uma criação do vilão Ultron que se une aos Vingadores. Ele também é conhecido pelo romance que tem com a Feiticeira Escarlate. No filme, o Visão pode ser criado pelo Homem de Ferro e não pelo Ultron, mas não é confirmado. "Os Vingadores 2" estreia dia 1 de Maio de 2015.

- Demolidor

Ben McKenzie será Gordon na série de TV "Gotham"

A série de TV "Gotham" que contará as primeiras aventuras do policial James Gordon e também a infância de Bruce Wayne contratou seu protagonista. O ator escolhido para viver Gordon foi Ben McKenzie ("The O.C."). A série provavelmente começará a ser filmada esse ano.

- Demolidor

sábado, 8 de fevereiro de 2014

Crítica de "Uma Aventura Lego"

A empresa Lego literalmente moldou a infância de muitas pessoas. Desde o século passado, onde a grande diversão era montar coisas brincando com as peças Lego. Porém a Lego não ficou só no passado. A empresa entendeu que o videogame seria uma grande indústria do entretenimento e investiu em jogos de franquias estabelecidas no cinema ou até mesmo nos quadrinhos, moldando assim a infância das crianças atuais. Mas voltando a falar da brincadeira de montar. Sempre vinham muitas instruções, porém o mais divertido era criar sua própria história. E é exatamente disso que o filme "Uma Aventura Lego" trata. Emmet é um Lego comum até que é confundido com um suposto herói de profecia por ter achado a peça de resistência, capaz de salvar o mundo do perverso Sr. Negócios, o presidente do país. Emmet parte então numa jornada a fim de salvar seu mundo e provar a si mesmo que não é um Lego qualquer. A história do filme é uma grande metáfora às pessoas que brincavam com seus Legos seguindo as instruções e que deixavam de se divertir de uma forma muito mais simples, apenas juntando as peças e criando combinações malucas.

O roteiro é de Phil Lord e Cristopher Miller (a dupla de "Tá Chovendo Hambúrguer" e "Anjos da Lei"). É perceptível o fato deles serem fãs de Lego e, principalmente, das franquias que já viraram produtos Lego. Quem nunca sonhou em um crossover entre "O Senhor dos Anéis" e "Star Wars"? Ou "Os Simpsons" e "Harry Potter"? Além dessas franquias, muitas outras são mencionadas. Inclusive, um dos personagens principais é o Batman. No filme ele tem um desenvolvimento mais cômico, e, incrivelmente não desrespeita o verdadeiro fã do Batman. Ao contrário, o fã do Vigilante de Gothan anseia por sua próxima aparição. Além de desenvolver boas características cômicas no Batman, o filme também consegue fazer piadas geniais sobre os Universos de cada franquia. Para aqueles que entendem as referências, a sensação é de nostalgia e saudade. Mas, voltando ao roteiro do filme, Emmet tem uma boa apresentação, seus conflitos emocionais são bem demonstrados, assim como suas características caricatas. Os outros personagens secundários são bem usados como apoio e sempre dão conta do recado quando exigidos. O vilão, porém, é meio clichê e bobo. Além do vilão, algumas partes do roteiro são bem superficiais e fulas. Mas, tratando-se de uma animação voltada para crianças isso é tolerável. O roteiro também apresenta partes emocionais desnecessárias, tentando introduzir uma carga dramática forçada.

A direção também é de Phil Lord e Cristopher Miller. Os diretores conseguem mostrar uma explosão de cores e peças na tela que focam no detalhismo. Vêem-se peças voando, algumas peças desmontando (lembrando muito os jogos de videogame da Lego), além de um plano de fundo muito bem usado. A forma como o filme começa já nos dá a ideia de que toda a animação é feita pensando nos mínimos detalhes, sempre sendo fiel aos materiais originais. Os ângulos usados pelos diretores para cada cena são bem selecionados e, existem alguns momentos em que a câmera passa pela cidade de forma naturalíssima e demonstra a vida de cada Lego. A animação é mesclado em CGI e stop-motion. Isso é genial! Afinal é a mistura da forma mais usada atualmente (CGI) e a forma clássica que nos relembram a arte de fazer animação (stop-motion). A junção desses dois elementos é leve e não é feita de uma forma difícil de processar. O 3D do filme é muito bem feito. Existem cenas em que realmente sentimos o objeto vindo em nossa direção.

A fotografia do filme é belíssima. Todo o cenário é feito de Lego e este é muito bem usado, servindo de palco para o desenrolar da história. Além disso o filme apresenta uma beleza visual marcante, misturando cores e formas sem medo de errar. As ambientações também são sensacionais. Existem algumas cenas que se passam no Velho Oeste. Nessas cenas, vemos uma ambientação fiel ao período histórico ao mesmo tempo que vemos esta construída completamente com peças de Lego. Outra coisa que merece um crédito é a música principal. É impossível sair do cinema sem cantar "Tudo é Incrível". A versão dublada foi bem adaptada da canção original. Aliás, a dublagem brasileira além de traduzir as palavras do inglês para o português, é localizada, ou seja, gírias americanas são transformadas em gírias brasileiras de forma orgânica.
O filme apresentará uma continuação e (provavelmente) uma franquia. O filme é divertido para todos os públicos e para aqueles fãs da empresa ou das franquias existe um sabor a mais. Graficamente e visualmente perfeito, o filme apresenta personagens consagrados de forma nonsense, pecando apenas pelos clichês apresentados.

Nota: 

- Demolidor

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Crítica de "Trapaça"

David O. Russel tem se mostrado um diretor eficiente. Em 2010, Russel dirigiu o excelente drama baseado em fatos reais sobre um boxeador chamado "O Vencedor". Dois anos depois, ele dirigiu outro bom drama sobre pessoas com doenças mentais. Agora, o diretor vai para o universo do crime para apresentar uma nova história. Considerada uma comédia (o que na minha opinião não é), "Trapaça" acompanha Irving Rosenfeld (Christian Bale) e sua amante e parceira Sydney Prosser (Amy Adams) que vivem de enganar os outros. Certo dia eles são desvendados pelo agente do FBI, Richard DiMaso (Bradley Cooper) que os obrigam a trabalhar para ele e ajudá-lo a pegar políticos corruptos no flagra, inclusive o prefeito Carmine Polito (Jeremy Renner). Por trás dessa situação aparece a esposa de Irving, Rosalyn Rosenfeld (Jennifer Lawrence) que muda o panorama do jogo, introduzindo novas coisas não planejadas. A história é baseada em fatos reais, mas obviamente muitas coisas são mudadas. Uma coisa que eu achei interessante foi a tradução brasileira. Nos EUA o filme chama-se "American Hustle", um título difícil de traduzir ao pé da letra. Porém o título adaptado ficou muito melhor que o original e expressa exatamente as situações presentes no longa.

O roteiro é escrito por David O. Russel e Eric Warren Singer. A cadência que o roteiro apresenta é interessante. Em vez de mostrar o crime de uma forma escandalosa como vimos em "O Lobo de Wall Street", o filme apresenta o mesmo tipo de crime, porém de uma forma leve. O roteiro conduz o longa de uma forma solta, sem parecer forçado e, ao mesmo tempo, fazendo uma crítica a corrupção dos políticos e aos trapaceiros. Os personagens são muito bem desenvolvidos. "Trapaça" é o tipo de filme em que na primeira cena de determinado personagem você já entende sua proposta e se apega (ou não) a ele. Além disso, as relações entre os personagens são criadas de uma forma espetacular. Como a história acompanha trapaceiros, é perceptível o modo como Russell apresenta as relações entre os personagens de uma forma onde não existe confiança. Assim, o roteiro apresenta reviravoltas interessantes nas relações dos personagens. Além de desenvolver bem as relações, o roteiro também consegue deixar explícito que cada um dos personagens tem seu objetivo na operação. Isso é apresentado brilhantemente, de forma que o espectador não consegue identificar quais serão os rumos do personagens. A direção de David O. Russell é eficiente. Considero ele um diretor que dirige atores. Enquanto outros diretores prezam por focar em ambientes e situações, Russell opta por focar em seus atores. No filme, os close-ups são feitos nas horas certas. A direção é bem fluida e consegue apresentar a situação e os personagens. Os movimentos de câmera que mostram o corpo inteiro do personagem e depois vão fechando na face do personagem são fantásticos, pois conseguem usar das ótimas expressões faciais feitas pelos atores. A direção consegue apresentar bem os ambientes e estes são usados para ilustrar determinada situação usando determinada cor ou tom.

O elenco foi escolhido de forma engraçada. Russell pegou dois dos atores de seu penúltimo filme, ("O Vencedor") Christian Bale e Amy Adams e dois do seu filme anterior ("O Lado Bom da Vida") Jennifer Lawrence e Bradley Cooper. Christian Bale faz um excelente trabalho. Ele reafirma o que todos já sabem: que é um ator versátil. O ator consegue mudar de personagens tão diferentes de forma tão natural que o tornam um dos melhores atores em atividade. Além de sua boa interpretação do personagem, que mostra as dúvidas e ambições do personagem, o ator brilha na caracterização. Para representar seu personagem fielmente, Bale engordou e sugeriu o uso de penteado uso pelo Irving "real". Isso tornou sua atuação além de artisticamente boa, caricata. Outro membro do elenco que brilha é Jennifer Lawrence. Apesar de nova, a atriz demonstra uma grande experiência na sua caracterização. Todas as neuroses e os ataques de sua personagem são excelentemente passados para a tela. Amy Adams tem uma atuação mediana, que não demonstra muito talento artístico, mas não prejudica o caminhamento do filme. Jeremy Renner faz um excelente trabalho que demonstra que o ator tem excelente potencial, apenas precisa selecionar melhor seus papéis. A única decepção no elenco foi Bradley Cooper. Enquanto no filme "O Lado Bom da Vida", o ator esbanja técnica e emoção, nesse filme ele tem uma atuação forçada. As risadas e as surpresas que o personagem sofre são visivelmente forçadas. Talvez a culpa não seja de Cooper, apenas o papel que não deveria ter sido dele.

O filme não possui efeitos especiais. A fotografia é mal usada e não serve para introduzir os personagens em determinado mundo. Porém visualmente o filme brilha na ambientação. A ambientação é muito bem criada e ilustra a década de 70 fielmente. Além da ambientação, o figurino é fantástico, assim como a maquiagem. A montagem do filme é bem feita, apenas algumas cenas que poderiam ser mudadas, mas o saldo é positivo. O filme já ganhou 3 Globo de Ouro (melhor filme em comédia, melhor atriz em comédia: Amy Adams, melhor atriz coadjuvante: Jennifer Lawrence). Além do Globo de Ouro, o filme possui incríveis 10 indicações ao Oscar ( melhor filme, melhor ator: Christian Bale, melhor atriz: Amy Adams, melhor ator coadjuvante: Bradley Cooper, melhor atriz coadjuvante: Jennifer Lawrence, melhor diretor: David O. Russell, melhor roteiro original, melhor produção de design, melhor montagem e melhor figurino). Na minha opinião o filme juntamente com "Gravidade" é grande cotado para ganhar o prêmio de melhor filme, por apresentar uma história leve e que agrada muitas pessoas, diferente de "O Lobo de Wall Street", ou até mesmo, "12 Anos de Escravidão". "Trapaça" é um ótimo filme que apresenta apenas um problema: a tentativa de mostrar o crime de uma forma leve a fim de agradar grande parte do público.

Nota: 

- Demolidor

SB-TV #28 - Antes de Watchmen

No SB-TV #28 comentamos a HQ de origem da super equipe de Alan Moore, Watchmen. Confiram!


- Bilbo

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Filme de "Uncharted" ganha diretor

A adaptação do game "Uncharted" para as telonas ganhou um novo diretor! Após perder os diretores Neil Burger e David O. Russell, o filme terá Seth Gordon na direção. O diretor trabalhou na comédia "Quero Matar Meu Chefe", além de dirigir um documentário sobre duelos de fãs do Donkey Kong denominado "Os Reis do Kong: Uma Disputa Acirrada". O longa acompanhará Nathan Drake, um caçados de aventuras que parte numa jornada em direção à cidade de El Dorado. O título provisório do filme é "Uncharted: Drake's Fortune", porém não se sabe o elenco e a data de estreia.

- Demolidor

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Novo trailer de "A Million Ways to Die in the West"

Após o trailer para maiores (veja aqui) do faroeste cômico de Seth MacFarlane ("Ted") ser divulgado, agora é a vez do trailer "menos pesado". O filme estreia dia 30 de Maio no Brasil.

- Demolidor

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Novo trailer de "O Espetacular Homem-Aranha: A Ameaça de Electro"

O próximo filme do Amigão da Vizinhança ganhou seu segundo trailer, que foca bastante nos vilões do filme que estreia no Brasil dia 2 de Maio.
- Demolidor

Novo trailer de "Capitão América - O Soldado Invernal"

Foi divulgado o segundo trailer do próximo filme da Marvel! O trailer possui cenas inéditas e mostra uma ação bem feita. O filme estreia em cinemas brasileiros no dia 11 de Abril de 2014!

- Demolidor

Crítica de "Álbum de Família"

"Nenhuma família é perfeita." É basicamente essa frase que o filme tenta transmitir. Aliás, o longa chega a leva-la ao extremo! Dirigido por John Wells, um nome sem peso, o filme busca uma forma de passar essa mensagem. Para isso, conta a história de uma família longe de ser padrão. Para falar a verdade, o longa não possui uma trama central, mas uma série de tramas secundárias - uma para cada integrante da família. Mas, mesmo assim, concentra-se mais na personagem de Meryl Streep (Violet) que contava com problemas de álcool e drogas e após a morte de seu marido, as coisas pioram. O resto da família se reúne no dia do funeral e daí o longa se desenrola. O roteiro consegue desenvolver bem seus personagens e a relação entre eles criando uma família acreditável. Mesmo assim, excede na tentativa de tentar provar a frase antes citada. O melhor dele é que não termina com mais um "e viveram felizes para sempre", deixando assim, o filme e a família mais acreditável ainda. Algumas pessoas devem reclamar que o longa não tem fim, mas essa é a proposta dele, porque, como já citado, não existe uma trama, o que torna impossível encerrar uma. O que existe são os arcos dos personagens, e esses são fechados, o que significa que o filme se encerra sim, apesar de muitos não compreenderem isso.
É o típico filme de elenco. Onde este é o fator principal para o longa cumprir seu papel. Além dessa característica, ele também conta com nomes pesados que não decepcionam. Meryl Streep interpreta muito bem a mãe com problemas de depressão, alcoolismo e drogas. Ela transmite uma bipolaridade verossímil e demonstra grande esforço no papel, ainda mais por ter raspado o próprio cabelo para faze-lo. Julia Roberts convence no papel (filha de Meryl), mas perto dos outros atores, percebe-se uma certa inferioridade na sua atuação. O longa também inclui Ewan McGregor, o separado marido de Barbara, a personagem de Roberts. Ele consegue fazer uma boa atuação, mas nada que chame muito a atenção. O que chama a atenção mesmo é a atuação de Benedict Cumberbatch (Little Charles). O Sherlock Holmes da série "Sherlock", o Khan de "Star Trek - Além da Escuridão", o Smaug de "O Hobbit", mostrou mais uma vez sua versatilidade, é incrível o modo como muda de personagens e continua com atuações impecáveis. Ele não possui um papel muito importante no longa mas mostrou que veio pra ficar. Ele "apareceu para o mundo" no ano passado e já é uma das grandes estrelas de Hollywood. Arrisco a dizer que vai se tornar um dos grandes nomes dessa geração.
O filme não possui efeitos visuais, mas usufrui bastante da fotografia. Mantém os ambientes dentro da casa muito escuros para mostrar a depressão dos que estavam lá, além de retratar o luto dos familiares de Beverly, que havia falecido. Enquanto isso, as cenas fora da residência, apresentam uma fotografia esbranquiçada, com belas paisagens, para fazer o contraste com a situação da casa. Também usa um pouco a maquiagem. Ela se evidencia no personagem de Ewan McGregor, que não é o Obi-Wan Kenobi da nova trilogia de "Star Wars", nem o protagonista de "A Ilha", filme de Michael Bay.
A direção de John Wells não é das melhores. Ele aproveita mal os ângulos de câmera, filmando pessoas de costas às vezes por muito tempo, deixando o espectador nervoso para enxergar o rosto dos personagens. Mas isso não é bem dosado como em "O Poderoso Chefão" por exemplo, o diretor exagera nisso. Com poucos filmes no currículo - ele vem da televisão - Wells escolheu bem um filme para começar, afinal, possui muitos diálogos e pouquíssimas cenas de ação, deixando-o de certa forma fácil para a direção. O diretor conseguiu realizar uma boa montagem. Mesmo assim, ainda erra em certos cortes prolongando cenas desnecessárias para o desenrolar da trama.
O longa leva o mérito por não insistir em famílias "perfeitinhas" e mostrar que todas as famílias são bem diferentes usando atores de peso, mas acaba excendendo um pouco nessa tentativa criando uma família praticamente de loucos em cenas desnecessárias que estão ali para fazer o espectador rir.

Nota: 

- Bilbo

Vencedores do WGA 2014

O Sindicato de Roteiristas de Hollywood divulgou a lista dos vencedores do Writers Guild Awards (WGA) 2014. O prêmio elege os melhores roteiros em filmes, séries, telefilmes, documentários e games. Eis os vencedores:
Roteiro original em cinema:
  • "Ela"
Roteiro adaptado em cinema:
  • "Capitão Phillips"
Roteiro em documentário:
  • "Stories We Tell"
Roteiro em série dramática:
  • "Breaking Bad"
Roteiro em série cômica:
  • "Veep"
Roteiro em série nova:
  • "House of Cards"
Roteiro em telefilme:
  • "Muhammad Ali's Greatest Fight"
Roteiro em game:
  • "The Last of Us"
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