sábado, 31 de maio de 2014

Crítica de "No Limite do Amanhã"

A viagem  no tempo é um tema recorrente nas ficções científicas no cinema. Mas esse conceito sempre é explorado de formas diferentes, variando de roteirista para roteirista. Muitas vezes esse recurso é usado de forma estúpida e isso denigre o filme, mas não é esse caso. "No Limite do Amanhã" conta a história do soldado Cage (Tom Cruise) que vive numa Terra futurística onde os humanos estão em guerra com os alienígenas. Um dia ele vai para a batalha e morre. Porém, ele acaba caindo numa fenda temporal e toda vez que ele morre naquele dia, ele acaba o vivendo novamente. Assim, ele com a ajuda de Rita (Emily Blunt) precisa montar uma estratégia para derrotar a raça alienígena antes que seja tarde demais.

O roteiro é escrito por Cristopher McQuarrie ("Jack Reacher: O Último Tiro"), Jez Butterworth ("A Última Legião") e John-Henry Butterworth. O roteiro é extremamente bem escrito. Logo de cara, ao sermos imerso nesse universo da fenda temporal, já lembramos do clássico da comédia "Feitiço do Tempo". Mas, sempre há a dúvida se a trama conseguirá se desenvolver num conceito um pouco complicado. Mas o filme consegue contar uma boa história, utilizando desse conceito para engrandecer a trama. É interessante as estratégias que os protagonistas bolam e é perceptível a paciência que eles precisam ter, principalmente o soldado Cage que precisa fazer aquilo várias vezes. O roteiro, na verdade, lembra um jogo de guerra. Afinal, em jogos muito difíceis ao morrer você volta a um checkpoint e aprende seus erros que o levaram a morrer. É basicamente esse o conceito presente no longa. Outra coisa interessante do filme é que ele não apresenta um final conclusivo e nem se propõe a o fazê-lo. O final, mesmo não fechando a história, foi o ideal para encerrar aquele arco da trama, pois além dali nada importaria mais. Não chega a ser um final de "explodir a cabeça", mas é um final que faz pensar e discutir com outras pessoas sua opinião sobre o que de fato aconteceu. Esse artefato usado é excelente e foi muito bem bolado pelos roteiristas. Talvez o único ponto fraco do roteiro seja o desenvolvimento dos personagens que foi meio superficial. Mesmo tratando-se de uma ficção científica com um tom devastadora, o filme apresenta alívios cômicos muito bem usados e extremamente divertidos. Desse modo, o espectador não se identifica com nenhum dos dois protagonistas da maneira que um filme desse tipo precisa.

A direção é de Doug Liman ("A Identidade Bourne"). Ele se mostra um diretor muito ousado, mas eficiente. Existem plano belíssimos onde ele solta a câmera no ar e deixa ela levar o espectador a se emergir na ação. Além disso, ele usa muito do artefato da câmera tremida, mas de uma forma orgânica que não atrapalha o filme. As cenas em batalha são muito bem coreografadas e o diretor consegue deixar a ação fácil de entender. Aliás, as cenas de ação são excelentes, muito bem filmadas e não são cansativas. Os efeitos especiais são bons, mas não são perfeitos. As atuações dos dois protagonistas estão boas. Tom Cruise demonstra esforço na caracterização de seu personagem, mas continua sendo o Tom Cruise de sempre. Talvez para esse filme a melhor escolha não fosse ele. Emily Blunt é o ponto alto do elenco, criando uma personagem sem muito desenvolvimento, de uma forma carismática e impactante. O filme possui uma direção sensacional, um roteiro ousado que propõe discussões, mas peca no desenvolvimento dos personagens e na escolha de seu protagonista.

Nota: 

- Demolidor

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Crítica de "NBA 2K14"

Normalmente, nós do Skybaggins, não fazemos críticas de jogos esportivos. Talvez por serem na maior parte das vezes clichês e sem muitos elementos diferenciados que mereçam uma crítica. Mas, após o lançamento desse jogo e após jogá-lo, é praticamente impossível não fazer uma crítica positiva à ele.

"NBA 2K14" é um jogo desenvolvido pela Visual Concepts e distribuído pela 2K Sports. Foi lançado em território americano em Outubro do ano passado para PlayStation 3, Xbox 360 e Microsoft Windows. Posteriormente as versões para os consoles da nova geração começaram a ser vendidas. O jogo é uma experiência incrível. Ele agrada muitíssimo os fãs de basquete, mas também atrai um público que não conhece muito sobre o esporte e que começa a se interessar a partir do jogo. Esse é um papel muito importante que o jogo tem, aproximar pessoas desconhecedoras do esporte a partir da experiência jogada. Dentro do jogo é possível fazer várias coisas. Existe a opção do "Quick Game" onde você pode jogar com qualquer pessoa online ou até mesmo no mesmo recinto. São as famosas partidas "X1", fortemente recomendadas para quando se estiver com a galera. Também existem dois outros modos de jogo que permitem uma espécie de campanha ao jogador. O primeiro é o "MyPlayer", onde desenvolvemos um jogador e apenas o controlamos. Somos responsáveis por sua aparência física, a escolha de seus times, o posicionamento em quadra, etc.. Esse modo de jogo é bastante interessante, mas requer um pouco de paciência, pois não é toda hora que seu jogador estará em quadra. O outro modo de jogo (o que eu mais gosto) é o "MyGM". Nele escolhemos um time qualquer da liga e iniciamos uma campanha com ele. Desde o início da temporada, os objetivos são traçados e a ânsia por ganhar cada jogo e chegar nos Playoffs deixa o jogo extremamente dinâmico. Outra coisa que contribui para esse modo de jogo ser tão bom é o fato do jogador poder escolher o time comandado. Assim, é possível que os fãs da NBA escolham seus times e joguem temporadas inteiras com ele.

A jogabilidade do jogo é muito boa. Todos os controles são bem fáceis de entender e após jogadas umas três partidas, o jogador já adquire os botões certos para cada jogada. Além disso, a movimentação dos jogadores em quadra é muito fluida e para se jogar bem é preciso muita atenção, principalmente na defesa, onde as vezes um atacante surge sozinho embaixo da cesta. É muito divertido o modo como o jogo foi desenvolvido para simular uma real partida de NBA. As vezes acontecem discussões na quadra, as vezes o juiz revê o lance para ver se marcou correto, etc... Isso não modifica nada o jogo, mas traz uma realidade que agrada muito. As comemorações depois de uma enterrada ou uma bola de três são muito divertidas, pois são as mesmas que os jogadores fazem na "vida real". Até aqui, o jogo tem se mostrado muito bom, mas o fator crucial vem agora: o gráfico.

O gráfico do jogo é absurdamente lindo. É impressionante como é detalhado. As feições dos jogadores em quadra são extremamente realistas. Além disso, no momento do jogo a disposição dos jogadores, combinados com a movimentação fluida dão a ideia de que você está vendo um jogo da NBA pela TV e não jogando em seu console. É impressionante como a parte gráfica acertou em todos os detalhes, afinal além de possuir ótimas imagens não acontece nenhum bug durante todo o jogo. Outro ponto interessante do jogo é a trilha sonora que conta com músicas contagiantes como "Can't Hold Us" e "Happy". Um jogo que precisa ser jogado não só pelos amantes do basquete, mas também pelos amantes de videogame. Diria que é o jogo definitivo de esporte e se afirma como o melhor da atual geração. Um jogo perfeito em tudo que propõe, gráficos realistas, jogabilidade bem elaborada, controles simples e rivalidade e nervosismo típicos de uma partida da NBA.

Nota: 


- Demolidor

domingo, 25 de maio de 2014

Critica "Agents of SHIELD" - 1ª Temporada

A primeira série live-action da Marvel chega ao fim da sua primeira temporada. Com altos e baixos, conta a história da volta do Agente Coulson (Clark Gregg) depois dos acontecimentos de "Os Vingadores". Coulson monta uma equipe de agentes para lidar com casos sobrenaturais.
O roteiro é irregular. A série, como já citado tem episódios ruins e bons. O elenco é relativamente bom. Clark Gregg está bem como o personagem que já viveu em quatro longa-metragens do estúdio. Chloe Bennet interpreta a personagem Skye que, junto com Phil Coulson, forma a dupla principal do seriado. Sua personagem também está envolvida num drama, que é bem conduzido pela atriz. Brett Dalton interpreta o Agente Ward. Mesmo sem muita expressão, não compromete o resultado final. Talvez a pior atuação seja a de Ming-Na como a Agente May. Se eu disse que Ward não tem expressão, May é como se fosse uma estátua.
A série ganha pontos no quesito dos efeitos visuais. Não são lá grandes coisas, mas para uma série com quase vinte episódios, devem ser comentados.
A direção não tem nada que incomode, mas também não possui uma assinatura própria.
O interessante do seriado são as referências feitas ao universo Marvel. Tanto ao cinematográfico, quanto ao dos quadrinhos. Não são tão abundantes quanto em Arrow por exemplo, porém existem citações a vilões e a heróis desse Universo. Graviton, Homem-Coisa, Miss Marvel, etc. Também existe uma cena de Stan Lee, co-fundador da Marvel Comics, que aparece também em quase todos os longas da produtora. O ambiente do universo também é bem estabelecido, citando a Hydra, por exemplo. Também entralaçando-se com os filmes e sofrendo as consequências do que acontece nas telonas.
Samuel L. Jackson também participa da série. Com pequenas aparições no começo e uma longa participação mais pro final. Ele quer mesmo aparecer em todos os filmes e série pelo visto...
Maria Hill (Colbie Smulders) também aparece por um bom pedaço durante o final.
A série tem uma qualidade irregular. Mas é só a primeira de muitas outras que serão produzidas pela Marvel. Não alcançou o público esperado, mas pelo menos aprenderam. As pessoas querem ver super-heróis. Agentes com colãs pretos já saíram de moda.

Nota:

- Stark

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Crítica de "X-Men - Dias de um Futuro Esquecido"

"Devemos acabar com esta guerra antes mesmo que ela comece." A frase de Magneto (Ian McKellen) resume a premissa do longa. O futuro está praticamente exterminado (lembra muito os campos de concentração alemães e "O Exterminador do Futuro"). Os mutantes chegam a um ponto onde o único jeito de sobreviver é voltar e consertar o passado. Talvez o mais interessante deste filme seja a mistura da geração "velha" com a nova.
O elenco é um dos melhores aspectos do filme. Existem muitos nomes de peso. O longa é protagonizado por Hugh Jackman (Wolverine). Como sempre bem no papel, o ator surpreende por sua ótima forma física. James McAvoy interpreta o Professor X enquanto Patrick Stewart incorpora sua versão do futuro. Os dois estão muito bem igualmente. Michael Fassbender e Ian McKellen são os Magnetos jovem e velho respectivamente. Não precisa nem comentar a participação dos dois, estão incríveis. Jennifer Lawrence volta como Mística. A atriz que também é famosa por suas excelentes atuações não decepciona. Completam o elenco principal: Halle Berry (Tempestade), Evan Peters (Mercúrio - participação excepcional), Ellen Page (Kitty Pride), Nicholas Hoult (Fera) e Peter Dinklage (Bolivar Trask).
O roteiro aborda a viagem no tempo como seu elemento principal. É muito interessante como as ações ocorridas no passado influenciam no futuro (e o contrário). O longa cria até um novo conceito para esse assunto. Interessante também é ver as diferentes personalidades de um mesmo personagem em idades diferentes. Isso fica bem claro no Magneto.
Outra coisa muito bem trabalhada novamente é o preconceito dos humanos contra os mutantes. Isso sempre foi muito bem explorado nos filmes do super grupo (pelo menos nos bons). Desta vez os poderes deles são muito bem aproveitados também. Os heróis lutam em conjunto e os excelentes efeitos visuais auxiliam nisso. O poder de um completa o do outro, exatamente como nas HQs. Falando nelas, o filme não é nada fiel à sua inspiração. Ele apenas toma a história como base para se desenvolver em cima dela.
O longa era um dos mais esperados do ano. Não só pela mistura dos dois elencos, mas também pela volta do diretor Brian Singer, responsável pelos dois primeiros "X-Men". Sua direção resgata o tom da trilogia original, o que ajuda a estabelecer um mesmo universo. O principal problema do longa é que o roteiro não cumpre essa função como a direção. Ao ser analisado dentro da franquia, o longa perde pontos. Tudo bem que a Fox sempre foi muito bagunçada nesse aspecto. Mas tem coisas que não dá para deixar passar. Existem erros de incoerência com os filmes anteriores. Mas o filme consegue pelo menos abrir uma excelente possibilidade de continuação, podendo dispensar a geração antiga sem precisar fazer um reboot.
Pode-se dizer que Singer conseguiu botar o barco de volta para a direção certa e, mesmo com problemas de incoerência dentro da franquia, o longa é muito bom. Se alcança as expectativas? Diria que sim. Mas tinha potencial para ter ultrapassado elas.
Obs: Existe uma cena pós-créditos.

Nota:

- Bilbo

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Crítica de "Arrow - 2° Temporada"

Em 2012, estreava a série do Arqueiro Verde: "Arrow". Porém, todos os fãs já estavam com um pé atrás. Afinal, o Arqueiro Verde não é um personagem tão bem trabalhado nos quadrinhos e se não fosse bem trabalhado na TV ficaria ridículo ao extremo. Porém, a série estreou e sua 1° temporada foi bem recebida tanto pelo público quanto pela crítica. A temporada consegue tornar-se uma série policial envolvendo super-heróis, mas até aquele momento as referências aos quadrinhos eram quase nulas. Então, no final do ano passado (2013), a segunda temporada veio com a promessa de continuar a qualidade dramática da série, introduzindo elementos dos quadrinhos aos poucos para a alegria dos fãs. E, felizmente, deu resultado.

A temporada foi brilhante do início ao fim. É interessante a forma como "Arrow" se apresenta. Normalmente, as séries gostam de desenvolver os personagens até alcançar algum momento da temporada e aí sim trazer as revelações para o público. Porém, "Arrow" em praticamente todos os seus episódios consegue introduzir alguma informação que deixa o público ansioso para o próximo episódio. Isso é extremamente importante, principalmente para criar um elo com o público e fazer com que toda semana o telespectador assista um episódio novo. Essa temporada se superou da anterior por alguns fatores. A carga dramática e as relações dos personagens continuaram bem desenvolvidas. Porém, o fator crucial da temporada foi o fato do Arqueiro finalmente virar um herói. É nessa temporada que Oliver Queen mostra seu lado heroico e pensa mais nas pessoas do que em executar seus planos. E o legal é que essa transformação não foi feita duma hora pra outra. Tem sido construída desde o início da temporada até o episódio final, onde se consolida. A pegada da série é similar à trilogia do Batman de Cristopher Nolan, usando de um tom mais realístico e investigativo.

Outro ponto fortíssimo nessa temporada foram as referências ao universo da DC Comics. Enquanto na primeira temporada poucos personagens dos quadrinhos apareciam, nessa não há do que reclamar. O Flash aparece em alguns episódios e ganhará uma própria série no mesmo universo de "Arrow", o que é interessante. Também contamos com a aparição de nomes como o Pistoleiro, Canário, a menção à importantes nomes na mitologia do Batman como a Arlequina e Ra's al Ghul, além é claro do Exterminador (Deathstroke) que é o principal vilão da série. O elenco também merece destaque, principalmente Stephen Amell que melhora drasticamente seu desempenho. O problema (para os brasileiros) é que "Arrow" não possui um horário fixo para a TV. Então, quem quiser assistir à série aqui no Brasil precisa recorrer a Internet. Isso é muito afunilador, pois apenas os fãs que já conhecem a série querem a assistir online. Se passasse periodicamente na TV, a chance do público brasileiro aumentar seria enorme.

Portanto, a segunda temporada de "Arrow" se demonstra melhor do que sua anterior por continuar com a qualidade investigativa e introduzir elementos consagrados da mitologia da DC.


Nota: 

- Demolidor

sábado, 17 de maio de 2014

Crítica de "Godzilla"

"A arrogância dos homens está ao pensarem que controlam a natureza, e não o contrário", bom, se não controlamos a natureza, controlemos os efeitos visuais. Já temos um indicado para o Oscar de efeitos quase certo aqui. Visualmente, o longa é impecável. A ação digital com os monstros gigantes e os cenários são inacreditáveis. Porém, embora possa parecer, "Godzilla" não é um filme apenas "de efeitos especiais". O roteiro tem vários méritos. Mas o que mais se ressalta é a parte científica. Se repara o cuidado científico dos roteiristas que explicam muito bem os fatos e as motivações dos monstros principalmente. Nos detalhes que se tem em pensar que a cada passo do monstro acontece um "mini maremoto", entre outras coisas, que se percebe isso.
Dramaticamente, o longa também acerta em cheio. Os atores - pelo menos a maioria deles - souberam retratar muito bem as situações, ainda mais se você parar para pensar que estão interagindo com um fundo verde, com computação gráfica. Como muitos já sabem, este é o primeiro grande filme do excelente ator Bryan Cranston (Walter White na série Breaking Bad), que não desapontou e apresentou-nos uma excelente caracterização. Mas, poucos sabiam que seu personagem seria coadjuvante no longa. O papel principal é de Aaron Johnson (Kick-Ass), que não está incrível, mas consegue levar o filme. Ken Watanabe também está no elenco. De todos os atores principais, ele teve o pior desempenho - e olha que ele não é mau ator. Estava sempre com as mesmas feições e possuía poucas expressões. Completam o elenco principal Elizabeth Olsen e Sally Hawkins.
Todos - espero - conhecem a história do Godzilla. É um monstro que não é o vilão da história. Neste longa, retraram muito bem esse conceito, chegando a um produto final que pode-se dizer que finalmente acertaram no monstro. Tanto visualmente quanto conceitualmente.
O longa é cheio de cenas e mensagens simbólicas. E foi numa dessas cenas que ele me conquistou. Acontece já no final mas refere-se ao começo, fazendo uma espécie de fechamento de ciclo muito bem feito. É algo que o público não repara normalmente. Mas este é um filme que deve-se prestar bastante atenção, pois é lotado de metáforas. Afinal, o Godzilla é uma metáfora para as bombas de Hiroshima e Nagazaki. E até disso o filme fez referência.
No final pode-se dizer que o diretor consegui filtrar todo o material que havia de melhor sobre o monstro e depositar nesse filme. Já havia muita expectativa para o longa, mas ele ainda consegui superá-la. Cheio de metáforas e simbolismos, "Godzilla" rugiu mais alto e tornou-se o melhor Blockbuster do ano até agora.
Nota: 






- Bilbo

sábado, 10 de maio de 2014

"Forrest Gump"

"Minha mãe sempre disse que a vida é como uma caixa de chocolates, você nunca sabe o que vai encontrar". Este é o resumo de "Forrest Gump - O Contador de Histórias". Esta frase ficou marcada desde o lançamento do filme, em 1994, pois não só resume o tema central do filme, como também a vida das pessoas. E que melhor jeito de transmitir essa ideia senão por uma pessoa incapacitada intelectualmente que, como uma criança, é inocente e incapaz de mentir?
O filme é dirigido por Robert Zemeckis (Trilogia "De Volta para o Futuro"), baseado no livro de Winston Groom. Seus defeitos são poucos, ele acerta em todos os aspectos fundamentais para um filme memorável: Roteiro, elenco, direção, visual (não somente os efeitos especiais, mas a fotografia, os cenários, os figurinos, etc.), não é à toa que ganhou seis Oscars: Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator (Tom Hanks), Melhor Roteiro Adaptado, Melhores Efeitos Especiais e Melhor Edição.
Mas, deixando os aspectos técnicos de lado, por que a história de Forrest é tão aclamada mundialmente? A principal resposta é identificação. Todos nós temos dificuldades em algumas coisas e, ao vermos um personagem com dificuldades parecidas, nos identificamos com ele. Além disso, o filme é uma lição de vida, pois nos mostra-a da forma mais inocente possível. Um homem de QI baixo nos contando sua vida em um banco numa praça qualquer, enquanto espera o ônibus. É como se o espectador estivesse sentado ao lado dele e o diretor posiciona a câmera em cima do banco justamente para nos passar essa sensação. 
Pode-se dizer que Gump viveu de tudo: futebol americano, exército, tênis de mesa, corrida... Viu pessoas irem e virem, mudarem e manterem-se as mesmas, e essa história dele nos é contada impecavelmente através das músicas. Fora a trilha sonora inesquecível de Alan Silvestri, existem canções ótimas no longa: "For What It's Worth", "Sweet Home Alabama", "Blowing in The Wind" e muitas outras.
O filme também introduz uma grande questão "Nós que fazemos nosso destino ou ele já está preparado?" que mantém o espectador pensando até depois do longa acabar. Alguns dizem que o filme deixa a pergunta mas não se preocupa em responder. Eu digo o contrário. O longa dá a resposta dessa questão de forma sutil. A música que Jenny toca no violão é "Blowing in The Wind" de Bob Dylan, cujo refrão diz "The answer is blowing in the wind." (A resposta está sendo soprada pelo vento). Quem é soprada pelo vento no filme? A pena da cena de início e de conclusão. A pena é a resposta! Justamente a cena que parecia não fazer sentido, é uma das mais importantes. O destino (Forrest) está aguardando a pena e não importa quantas voltas ela dê e o quão longo seja o caminho. Se o destino já está planejado? Só posso responder uma coisa: "A vida é como uma caixa de chocolates, você nunca sabe o que vai encontrar.".


- Bilbo


segunda-feira, 5 de maio de 2014

Crítica de "Getúlio"

Getúlio Dornelles Vargas. Talvez ele seja a figura política mais importante da história do nosso país. Ora ditador, ora presidente da república, Vargas comandou o Brasil por 18 anos e meio. O gaúcho foi importante para o Brasil, principalmente para os trabalhadores brasileiros. Conhecido como "pai dos pobres", Getúlio foi uma figura controvérsia, mas representativa para a história do Brasil. Já estava na hora dele ganhar um filme! O filme acompanha Getúlio (Tony Ramos) em seus últimos dias; desde o atentado ao jornalista Carlos Lacerda (Alexandre Borges) até o seu suicídio.

O roteiro é de George Moura ("Gonzaga: De Pai pra Filho") em parceria com João Jardim ("Pro dia Nascer Feliz"). É muito bem escrito. A dramaticidade do protagonista é muito bem trabalhada. Suas dúvidas e indecisões são muito bem trabalhadas pelos roteiristas. Mesmo tratando-se de um curto espaço de tempo em que a história se desenvolve, o roteiro teve a habilidade de focar nas partes importantes, de modo que o filme não tornou-se monótono. O desenvolvimento dos personagens foi condizente com a realidade, apesar de enaltecer os pontos positivos de Getúlio e não desenvolvendo seus pontos negativos. O atentado ao jornalista (ponto em que o filme começa) é um mistério até hoje. Não se sabe o mandante do crime. Muitas pessoas foram ao cinema para descobrir o desfecho da história e ao não serem explicadas criticaram o longa por conta disso. Porém, o filme não se propõe em nenhum momento a explicar os verdadeiros fatos daquela noite. O objetivo do filme é demonstrar a pressão que Getúlio sofria e que mesmo vivendo rodeado por muita gente, acabava sozinho.

A direção também é de João Jardim. Seu movimento de câmera é muito fluido e acompanha a história naturalmente. O longa apresenta-se na maior parte do tempo no Palácio do Catete e tratando-se de um ambiente limitado, a movimentação de câmera foi bem feita de modo que o espectador não se sentisse claustrofóbico, mas ao mesmo tempo usando bem do ambiente para o desenvolvimento do roteiro. A caracterização de época do filme foi bem feita, decorrente de um bom trabalho no figurino. A direção de João Jardim preza por mostrar as emoções dos personagens, focando sempre em suas expressões faciais.

O elenco é muito forte. Tony Ramos está excelente interpretando Vargas. As expressões faciais são muito bem trabalhadas e o cansaço que o personagem vai sofrendo durante a história é muito bem transmitido pelo ator. A caracterização visual do ator também ficou muito boa, remetendo a figura física de Getúlio. Aliás, todo o elenco está muito semelhante aos personagens reais. O elenco coadjuvante consegue fazer um ótimo trabalho. Destaque para Drica Moraes que interpreta a filha de Getúlio. Sua atuação é primorosa e extremamente sentimental. Um ponto fraco, porém, é a atuação de Alexandre Borges que representa seu personagem de uma forma exageradamente forçada. O filme, para padrões brasileiros, é surpreendentemente bom. Mesmo não dando muitos detalhes sombrios sobre o ex-presidente, o longa serve como uma forma de aprendizado ao grande público. Contando com uma grande atuação de Tony Ramos, filme político se destaca pelo seu aprofundamento sentimental.

Nota: 

- Demolidor

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Crítica de "O Espetacular Homem Aranha 2 - A Ameaça de Electro"

Após o ocorrido em "O Espetacular Homem-Aranha", Peter Parker vive uma vida agitada vigilando Nova York. Porém, surge uma nova ameaça, o Electro, e esse surgimento se soma aos problemas na vida pessoal de Peter. O roteiro consegue dar bastante ênfase no drama do personagem, desenvolvendo-o ainda mais. Mesmo assim, o longa falha um pouco nas motivações dos personagens, usando desculpas esfarrapadas para certas ações. Ele volta com a história dos pais de Parker, algo que não interessa a ninguém mais e o longa perde muito tempo nisso. Mesmo assim, ele acerta em algo que muitos temiam dar errado (o que aconteceu em "Homem-Aranha 3"), o desenvolvimento dos personagens. Num filme com tantos personagens, é difícil de dar profundidade a todos os integrantes. O longa utiliza de alguns elementos que estão à beira do ridículo, como origens de vilões pouco realistas. Mas consegue balancear entre esse tipo de explicação e outras mais científicas, lembrando inclusive as HQs do amigão da vizinhança (conceito que volta a ser lembrado no começo dessa sequência). Mesmo assim, o ritmo do filme não é muito bom, mas, ainda sim, melhor do que o anterior.
No elenco o longa acerta em cheio. Andrew Garfield é mil vezes melhor que Tobey Maguire como o aranha. O drama do personagem é muito bem retratado nele, principalmente no final do longa, onde existe uma cena realmente emocionante. Emma Stone é Gwen Stacy. Suas indecisões aparecem no rosto da atriz, que, hoje em dia, é a única que consigo pensar para o papel. Jamie Foxx também é um ótimo Electro. O ator oscarizado realiza muito bem a transformação do personagem. O elenco secundário também foi bem selecionado.
Embora muitos tenham dito que os efeitos visuais são muito bons, eu discordei. As cenas do herói andando pela cidade com as teias possui muita computação gráfica, lembrando uma animação 3D. Há inclusive uma cena de um avião que lembra muito "Os Incríveis" da Pixar. A fotografia e o design de produção são surpreendentes, principalmente por sua coloração viva, que lembra bastante os quadrinhos. Em termos de figurino, o uniforme do aranha nunca esteve tão bem nas telonas. Os olhos enormes lembram muito as HQs também.
O filme perde muito na direção realizada por Marc Webb. Ele usa de artifícios em momentos completamente sem motivo, por exemplo, ângulos holandeses (câmera torta, na diagonal, para dar sensação de desconforto ou tontura) em um diálogo completamebte pacífico de Peter com a Tia May. As cenas com a melhor cinematografia são as que o aranha passeia pela cidade em suas teias (mesmo parecendo desenho animado) que são justamente as que Marc Webb não filmou. Mas enquanto essa franquia der dinheiro, a Sony vai continuar apostando nele.
O longa deixa um gancho para o próximo no final, prometendo um grande filme do herói. O longa também possui uma cena durante os créditos, mas não tem nada a ver com o futuro da franquia. Era esperado um filme pior, mas, mesmo com elenco bom, dramatização bem feita e visual interessante, o longa falha em certos pontos do roteiro, algumas falhas que já aconteciam no primeiro filme.

Nota:


-Bilbo