sábado, 21 de junho de 2014

Crítica de "Vizinhos"

Um mês depois de sua estreia nos EUA, "Vizinhos" chegou ao Brasil. A comédia trata-se de um casal com uma bebê recém-nascida que se depara com um novo problema. Literalmente novo, vizinhos universitários. O casal faz de tudo para livrar-se desse grupo de estudantes. Seth Rogen e Zac Efron são os protagonistas do longa. Mac (Rogen) é o pai que fica incomodado enquanto Teddy (Efron) é o líder do grupo de jovens. O roteiro explora bastante a tentativa de Mac agir como um adolescente, mostrando, durante uma boa parte do filme, mais maturidade em Teddy do que no protagonista. Ao mesmo tempo que isso confere uma comédia ao filme, também é daí que surgem os principais problemas.
Ao juntar a comédia "velha-guarda" de Rogen com a nova comédia de Efron, o longa se perde. O principal problema do roteiro é não saber para que público está falando. Enquanto o filme faz piadas bobas e mostra homens e mulheres se relacionando (conteúdo dirigido para o público jovem), o longa insiste em fazer referências a Scorsese e a Tarantino que, com certeza, a maioria do público jovem não entende. Dá a impressão que Rogen e Efron participaram da criação do roteiro e o produto final ficou perdido.
O longa não tem só pontos ruins também. O diretor Nicholas Stoller é inteligente ao dar um tom de filme de guerra que gera uma comédia inteligente enquanto os adultos planejam os ataques ou durante a execução. A direção, principalmente durante as cenas de luta, lembra muito esse tipo de filme. E a trilha sonora, apesar de genérica, também contribui para esse tom.
As referências antes citadas também são engraçadas (pelo menos para quem as entende). Vão de Breaking Bad até Mad Men e incluem os já citados Tarantino e Scorsese, ou melhor, Samuel L. Jackson e Robert De Niro. São as partes que o longa torna-se mas inteligente.
Seth Rogen está interpretando muito bem o homem de meia idade que acabou de virar pai, mas ainda quer agir como adolescente. O ator também conduz muito bem a transformação que seu personagem sofre durante seu arco. Zac Efron fugiu de "High School Musical". O ator, que não havia feito nada de muita expressão desde a trilogia musical, conseguiu criar um personagem bem diferente e, na metade do filme, ele já te convenceu que não é mais o jovem que quer cantar e jogar basquete. Mesmo assim, seu personagem é confuso e alguns de seus atos contradizem sua própria personalidade. No elenco secundário, destaque para Ike Barinholtz, que interpreta Jimmy. Seu personagem está muito divertido no longa.
"Vizinhos" é um filme que tem boas piadas, mas fica perdido ao não saber para que público está falando. Faz referências a Robert De Niro para jovens que não sabem quem é Scorsese.

Nota:





- Bilbo

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Crítica de "Game of Thrones - 4ª Temporada"

"Game of Thrones" é, com certeza, a série com mais reviravoltas na televisão. A série é uma das únicas que não tem medo de ser fiel ao seu material original, mesmo matando personagens principais adorados pelo público. Isso já vem acontecendo na série desde seu princípio, mas foi nessa temporada que se intensificou. É praticamente impossível dar uma sinopse para a série, tratando-se de tantos focos de personagens e lugares. Basta saber que é uma história de aventura/fantasia passada num continente chamado Westeros e que esse continente está em guerra. Nesse ambiente tão vasto, surgem os personagens tão caricatos e amados pelo público como Tyrion, Daeneryes, Jon Snow , etc..

O roteiro dessa temporada é o mais bem elaborado da série. Mesmo situando-se numa temporada intermediária, o roteiro consegue abrir um arco e fechá-lo na mesma temporada. É interessantíssima a forma como os personagens são bem desenvolvidos e como o tempo de tela é bem distribuído. Os roteiristas conseguiram criar histórias cativantes, que prendem a atenção do espectador e sempre o fazem esperar ansiosamente para suas resoluções. Isso é com certeza o que "Game of Thrones" faz de melhor: criar histórias envolventes que prendem a atenção do público. Essa também é a temporada com o maior índice de morte de personagens principais e intermediários. Nesse aspecto a série também se supera, pois você nunca vai saber o que vai acontecer com determinado personagem, por mais seguro que ele esteja no momento. A temporada também conseguiu dar uma evoluída em alguns personagens não tão envolventes até então como o Cão de Caça e Jon Snow. Ambos possuem ótimas participações na temporada. Além deles, o núcleo da família Lannister também é excelente, remetendo um jogo político que lembra a série "House of Cards". A direção da temporada também é muito boa, com a câmera sempre utilizando dos excelentes cenários para contar a história. Aliás, os efeitos especiais estão excelentes, principalmente tratando-se de uma produção televisiva. É evidente o cuidado que os produtores têm para deixar tudo perfeito. A série continua fiel aos livros das "Crônicas do Gelo e Fogo" de George R. R. Martin, apesar de fazer algumas alterações necessárias, que apenas engrandecem a história. O cilma tenso criado desde o início da temporada é bem construído e os acontecimentos marcantes são chocantes. As atuações continuam excelentes, destaque para Peter Dinklage (Tyrion), Lena Headey (Cersei) e Charles Dance (Tywin) que roubam a cena, principalmente quando contracenam entre si.

Enfim, essa temporada se afirma como a melhor da série, com um ótimo desenvolvimento de personagens e enredo, além de acontecimentos de deixar o "queixo caído".
Nota: 

- Demolidor