Ao juntar a comédia "velha-guarda" de Rogen com a nova comédia de Efron, o longa se perde. O principal problema do roteiro é não saber para que público está falando. Enquanto o filme faz piadas bobas e mostra homens e mulheres se relacionando (conteúdo dirigido para o público jovem), o longa insiste em fazer referências a Scorsese e a Tarantino que, com certeza, a maioria do público jovem não entende. Dá a impressão que Rogen e Efron participaram da criação do roteiro e o produto final ficou perdido.
O longa não tem só pontos ruins também. O diretor Nicholas Stoller é inteligente ao dar um tom de filme de guerra que gera uma comédia inteligente enquanto os adultos planejam os ataques ou durante a execução. A direção, principalmente durante as cenas de luta, lembra muito esse tipo de filme. E a trilha sonora, apesar de genérica, também contribui para esse tom.
As referências antes citadas também são engraçadas (pelo menos para quem as entende). Vão de Breaking Bad até Mad Men e incluem os já citados Tarantino e Scorsese, ou melhor, Samuel L. Jackson e Robert De Niro. São as partes que o longa torna-se mas inteligente.
Seth Rogen está interpretando muito bem o homem de meia idade que acabou de virar pai, mas ainda quer agir como adolescente. O ator também conduz muito bem a transformação que seu personagem sofre durante seu arco. Zac Efron fugiu de "High School Musical". O ator, que não havia feito nada de muita expressão desde a trilogia musical, conseguiu criar um personagem bem diferente e, na metade do filme, ele já te convenceu que não é mais o jovem que quer cantar e jogar basquete. Mesmo assim, seu personagem é confuso e alguns de seus atos contradizem sua própria personalidade. No elenco secundário, destaque para Ike Barinholtz, que interpreta Jimmy. Seu personagem está muito divertido no longa.
"Vizinhos" é um filme que tem boas piadas, mas fica perdido ao não saber para que público está falando. Faz referências a Robert De Niro para jovens que não sabem quem é Scorsese.
- Bilbo