quinta-feira, 10 de abril de 2014

Crítica de "Capitão América 2 - O Soldado Invernal"

O primeiro filme da Marvel no ano de 2014 chega aos cinemas brasileiros. Integrando a denominada fase 2 do Universo Marvel nas telonas, o filme conta com o Capitão América na sua terceira participação nas telonas. Os eventos de "O Soldado Invernal" acontecem após "Os Vingadores" e acompanha Steve Rogers (Chris Evans) tentando se adaptar ao novo mundo até que um problema dentro da S.H.I.E.L.D. que faz com que o Capitão América, a Viúva Negra (Scarlett Johansson), Nick Fury (Samuel L. Jackson) e Falcão (Anthony Mackie) se unam para deter o problema. No meio disso surge o principal antagonista do filme: O Soldado Invernal (Sebastian Stan).

O roteiro é baseado na HQ de Joe Simon e Jack Kirby, mas a história é completamente diferente, somente os personagens foram aproveitados. O roteiro é adaptado por Cristopher Markus ("Thor - O Mundo Sombrio") e Stephen McFeely ("Thor - O Mundo Sombrio"). O roteiro infelizmente é o ponto mais fraco do filme. Quando se tem um personagem patriota como o Capitão América é possível desenvolver uma trama política e dramática sensacional. Porém nesse filme o roteiro se atrapalha todo. A revelação da conspiração na qual o filme gira em torno é ridícula e extremamente clichê. Além disso, a trama política não foi bem apresentada e não foi dado espaço suficiente para que os personagens pudessem realizar a típica jornada herói (típica, mas que funciona). Em vez disso, somos apresentados a um filme que preza mais pela ação do que pela história. Os diálogos cômicos comuns nos filmes da Marvel são colocados nas costas do personagem Falcão. Apesar de ser um personagem carismático e com um desenvolvimento bem feito, após algum tempo estranhamos o fato de somente um personagem ser responsável pelas piadas. Uma das únicas coisas que o roteiro acerta são as referências que vão além da citação a nomes como Tony Stark, uma aparição de Stan Lee ou a cena pós-créditos. O filme apresenta referências a filmes e elementos da cultura POP como "Star Wars" e "Pulp Fiction'" e isso dá uma sensação de realismo que faz o Universo Marvel ficar cada vez mais concreto nas telonas.

A direção é de Anthony Russo e Joe Russo ("Dois é Bom, Três é Demais"). Eles conseguem fazer um trabalho eficiente. Como o filme é composto principalmente por cenas de ação, as decisões do posicionamento da câmera foram bem feitas para que as cenas pudessem ser empolgantes e realistas (na medida do possível, é claro). Praticamente todas as cenas do filme foram bem executadas, porém é evidente que algumas deveriam ser cortadas. A ação começa a tornar-se extremamente repetitiva e com muitos núcleos de combate de uma vez deixando a cabeça do espectador um pouco confusa (nesse quesito o filme lembra a franquia "Transformers"). A montagem do filme é defeituosa principalmente pelo encaixe das cenas e o tempo que cada uma possui. A fotografia, por incrível que pareça, é exuberante e usa muito bem do recurso das paisagens para construir um visual bonito. Os efeitos visuais foram muito bem feitos, o trabalho de dublês também é notável. Faltou uma trilha sonora apreensiva e que deixasse o espectador ansioso, mas a mixagem de som foi excelente.

O elenco do filme está bem. Chris Evans consegue dar um bom desenvolvimento ao seu personagem, porém é ofuscado pelo pouco tempo que tem para trabalhar os conflitos internos do Capitão. Scarlett Johansson consegue fazer um excelente papel, misturando um tom cômico e sensual que remete muito à personagem dos quadrinhos. Samuel L. Jackson dispensa apresentações, pois sempre consegue passar a imagem de "motherfucker" em qualquer filme, e aqui não é diferente. Ele consegue também desenvolver o lado mais heroico e humano de Nick Fury, coisa que não havia sido feito em nenhum filme anterior. Robert Redford faz uma ponta no filme fazendo o papel dum diretor da S.H.I.E.L.D., mas ele não demonstra ser o Redford que conhecemos, talvez pelo papel fraco e pouco profundo. A grande surpresa do elenco foi, certamente, Anthony Mackie que apresenta um carisma enorme e que consegue dar uma boa imagem para um personagem iniciante e que já causa uma identificação com o público. O filme é um típico blockbuster hollywoodiano, que não desenvolve uma história boa, mas possui cenas de ação lindas esteticamente e empolgantes. Uma decepção aos fãs do Universo Marvel nas telonas que estão acostumados a junção da jornada do herói com alívios cômicos certeiros que causam um excelente divertimento ao público. Portanto, o longa apresenta-se com excessivas cenas de ação e desenvolvimento de conflitos e trama muito aquém do esperado.

Nota: 

- Demolidor

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