O elenco, pode-se dizer, é o ponto alto do longa. Russel Crowe se encontra muito bem no papel principal. Consegue fazer o espectador pensar que está enlouquecendo e ao mesmo tempo trata o personagem com respeito. Jennifer Conelly interpreta a mulher de Noé, que ao contrário da maioria dos filmes bíblicos, é uma personagem feminina forte. Isso também acontece na personagem de Emma Watson (que aliás também está muito bem), que é como uma filha adotada para o protagonista. Anthony Hopkins tem uma pequena aparição como Matusalém, em que está genial. Engraçado e sério ao mesmo tempo. Completa o elenco principal Logan Lerman, o filho de Noé que duvida das atitudes do pai. Esse já não está tão bem no papel.
Visualmente o filme é realmente incrível. Os efeitos visuais são realmente admiráveis. Pelo menos nas cenas em que são necessários. Tive a impressão de um cenário generado por computador em muitas cenas que esse tipo de coisa nem era necessário. Mas, tirando estas poucas partes, o filme é um espetáculo visual e contém cenas muito marcantes, como por exemplo, a primeira aparição da Arca. A música sobe, a câmera avança sobre as árvores acompanhando os pássaros e a estrutura é revelada pela primeira vez. É a cena que dá o famoso reflexo de esfregar as mãos e falar "Agora o filme vai começar!". Além dessa, o longa possui várias outras cenas belíssimas. Os animais chegando na arca são muito bem feitos e sua quantidade inumerável confere um clima épico para o filme. A fotografia também é muito boa. Noé é filmado frequentemente de baixo para cima ou em contra-luz para transmitir uma identidade divina ao personagem.
A direção de Darren Aronofski é extremamente eficiente. Ele confere ao longa o mesmo clima psicodélico ao longa que já havia usado em "Cisne Negro". Utiliza cortes rápidos e cenas coloridas ao mesmo tempo com uma música tensa, o que deixa o espectador nervoso. Mas sabe dosar esse tipo de artifício. Se tivesse que apontar algo ruim no longa seria a montagem. Podiam ter enxugado uns 20, 30 minutos do filme durante o processo de montagem. Antes da já citada cena que revela a Arca, o filme se arrastava lentamente. Esses minutos não teriam feito falta no produto final.
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