terça-feira, 29 de julho de 2014

Crítica de "Transformers 4 - A Era da Extinção"

Todos já estão cansados da história de "Transformers". A cada filme conta-se mais da guerra entre os Autobots e Decepticons, acrescentando alguns elementos aqui e ali. E mesmo tratando-se de roteiros rasos que não questionam nada, os filmes conseguem arrecadar dinheiro e garantir assim continuações. Não é a toa que se trata da maior franquia da história do cinema (em arrecadação de dinheiro, é claro). O problema principal dos filmes da franquia é que eles não se propõe a acrescentar nada e não se esforçam para ser melhores. Afinal, a bilheteria vai ser grande com certeza. É com esse pensamento saturado duma franquia que só existe para lucrar chegamos a "Transformers 4 - A Era da Extinção". O filme troca de protagonista. Agora contamos com Cade (Mark Wahlberg), um pequeno inventor texano que se depara com um Transformer em seu celeiro. A partir daí, começa-se uma perseguição aos Autobots (não explicada muito bem, afinal os Autobots salvaram a Terra em inúmeras oportunidades). Não se vale nem a pena dar a sinopse do filme, pois pelo que parece não se precisa de bons roteiros na franquia.

O que mais irrita no roteiro é a sua preguiça. O universo dos "Transformers" é extremamente vasto e já conduziu uma excelente série de TV. Mas no cinema, o roteiro não se encontra, desperdiçando boas premissas para cenas de ação em excesso. Não que todos os filmes sejam ruins, na verdade o primeiro até que é um bom filme. Ele consegue ser divertido, construir bem os personagens, cenas de ação bem feitas e com contexto ... Porém, na terceira continuação da franquia o quesito roteiro está um desastre. Não se entende muito bem qual é a principal trama da história, tudo é jogado sem nenhuma preparação e fica muito confuso. Além disso, os novos personagens introduzidos são jogados de qualquer forma na história, sem causar uma identificação com o público. Existem diálogos extremamente clichês e repetitivos e alívios cômicos forçados e previdos. O roteiro não acrescenta nada útil à mitologia dos Transformers, volta com personagens apenas para forçar continuações e continuar ganhando muito dinheiro. O principal problema do roteiro então se denomina produtor que não dá muita liberdade para criatividade e acaba tornando cada filme uma repetição do outro.

A direção de Michael Bay continua sendo o destaque do filme. Já é o quarto filme da franquia que o diretor faz a mesma coisa. Uso excessivo de câmeras lentas, câmera tremida, explosões, helicópteros, câmera rodando em volta dos personagens... Tudo isso faz parte do show de Michael Bay que não gosta de ser um diretor discreto. Ele gosta de ser um diretor recheado de alegorias e destaques. E por mais que isso soe estranho, aqui isso se encaixa perfeitamente. Como o público precisa esquecer do roteiro, é a direção de Michael Bay que faz o filme não ser um fiasco total. Devido a todos esses artefatos usados, o diretor prende a atenção do público e às vezes até diverte. As cenas de ação filmadas por Michael Bay são épicas.

Tecnicamente o filme deixa a desejar. Os efeitos especiais são bons, mas muito mal realizados. Logicamente existe um excelente trabalho na produção dos robôs, mas existem cenas em que a tela verde é nitidamente percebida. E tratando-se de um filme com o orçamento gigante, isso não pode passar desapercebido. Além, disso, o filme é muito longo. As cenas de ação se estendem demais, sem necessidade, pois o final da cena todos já sabem. Chega um momento do filme que o público já está saturado de tanta luz e ação na cara. 150 minutos para um filme da franquia ''Tranformers" pode ser chamado de tortura. O elenco é extremamente irregular. A única boa atuação do filme é de Mark Wahlberg. Este já trabalhou com o diretor no filme "Sem Dor, Sem Ganho", e aqui ele se mostra muito apto a protagonizar um filme da franquia. Ele supera Shia LaBeouf (o protagonista dos 3 últimos filmes) de uma forma esmagadora. Porém o resto do elenco que acompanha ele é pífio e totalmente sem inovação. Parece que não há improvisos no filme, tudo é feito conforme panejado. Isso faz com que o longa perca a irreverência ou a surpresa que alguns improvisos promovem. Enfim, o filme não é o pior da franquia por apresentar cenas de ação empolgantes, mas que são demoradas. A direção chamativa de Michael Bay se destaca, mas a incompetência do roteiro está acima de tudo.

Nota: 

- Demolidor

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