domingo, 3 de agosto de 2014

Crítica de "Guardiões da Galáxia"

Quase ninguém sabia o que esperar desse novo filme da Marvel. Seis anos depois do começo da editora nas telonas, chegou ao cinema os primeiros super-heróis produzidos pelo Marvel Studios que não fazem parte de "Os Vingadores". Como essa nova equipe de heróis não é muito famosa nos quadrinhos, mesmo grandes fãs da editora ficaram com o pé atrás para esse filme. Porém a Marvel, inteligente como (quase) sempre, soube usar esse fator em seu favor. Como apresentar todos esses personagens para o público e ainda contar uma boa história em um filme só? A saída perfeita encontrada pelo roteiro é fazer com que os personagens se conheçam junto com o público. O filme ainda brinca com isso, com piadas sobre os coadjuvantes não conhecendo os Guardiões.
A história conta a aventura do grupo para capturar o Orbe, uma das gemas do infinito. Porém, complicações acontecem no meio do caminho.
Uma das coisas mais interessantes do filme também, é como ele passeia por diferentes gêneros de uma forma bem sutil e coerente. Temos drama, ação, aventura e comédia. E QUANTA comédia. Dá para dar boas gargalhadas durante o longa. Elas se dão principalmente pela muito cômica química entre os cinco personagens principais. Cada um deles possui uma característica específica que possibilita diferentes tipos de piada.
A ação é muito bem pontuada e dirigida. O diretor James Gunn soube usar as diferentes habilidades de cada personagem para criar lutas criativas e empolgantes, assim como aconteceu em "X-Men - Dias de Um Futuro Esquecido". A história da aventura também é muito interessante, pois os heróis vivem duas jornadas: uma para realizar a missão deles e a outra para aprender a conviverem juntos.
Mas, esse filme não seria nada sem seus excelentes personagens. São todos muito diferentes e carismáticos. Começando por Starlord ou Peter Quill, vivido por Chris Pratt. É o personagem com mais tempo de tela, justamente por ser o único humano na história. O personagem passa por várias situações difíceis e cômicas retratadas muito bem por Pratt, um ator em ascensão que, provavelmente veremos bem mais nos cinemas. Também existe o Rocket, dublado por Bradley Cooper. Um guaxinim falante genial. Um dos personagens mais engraçados de todos os filmes da Marvel. Inclusive, seria muito engraçado um encontro dele com Tony Stark. Cooper tem o timing muito bom para as piadas. E a voz está muito boa. Essa é uma das principais coisas que se perde vendo o longa dublado. Vin Diesel dubla o parceiro de Rocket, Groot. Este é o gancho para muitas piadas no filme, principalmente por ser uma árvore ambulante que só fala "Eu sou o Groot". Zoe Saldana interpreta Gamora, uma das filhas de Thanos. Sua personagem é, provavelmente, a mais sem sal do longa. Possui pouco personalidade, principalmente se comparada aos quadrinhos. Mesmo assim, sua falta de personalidade ajuda a ressaltar o excesso da de seus companheiros. Por último, Drax. O alienígena mercenário que procura vingança é feito por Dave Bautista. O mais legal do personagem é não entender as piadas e metáforas, levando tudo no sentido literal. Essa característica cria muitas situações cômicas.
O filme lembra muito "Star Wars" em alguns aspectos. A relação de Rocket com Groot é muito parecida com a de Han Solo com Chewbacca. Gamora lembra a Princesa Leia, principalmente por seu planeta natal ter sido destruído e também por ser a única mulher (alienígena) no grupo.
A trilha sonora é um dos pontos fortíssimos do longa. As músicas dos anos oitenta se encaixam perfeitamente no filme. A forma como ela aparece nas cenas é muito orgânica. Uma das melhores trilhas sonoras ultimamente.
O visual do longa é muito bom. A forma como a fotografia vem de uma maneira natural, com uma paleta de cores muito variada lembra muito as histórias em quadrinhos. A direção de arte também é incrível. Todos os cenários, figurinos e até os próprios personagens digitais acompanham a fotografia num tom muito colorido. O 3D é surpreendentemente muito bom. O filme possui uma ótima profundidade e, é claro, objetos são jogados na cara do público. Se possível, veja o filme em 3D. Os efeitos visuais estão muito bons. Você acredita que um guaxinim falante existe. Claro que também é preciso ressaltar a excelente dublagem, mas a computação gráfica está muito boa também. Não de uma forma super realista como em "Planeta dos Macacos - O Confronto", mas de uma forma que também lembra muito os quadrinhos.
Como levar a sério esse filme? Com um guaxinim falante e uma árvore ambulante? A resposta é não levar, porque nem ele se leva à sério. Isso é excelente. Tirou a mania de fazer filmes de super-heróis realistas, pois afinal, é preciso admitir que super-heróis são clichês. O filme tem a humildade de admitir isso.
Para muitos, os melhores filmes da Marvel são "Homem de Ferro" e "Os Vingadores". E "Guardiões da Galáxia" encontra-se no mesmo nível, principalmente pela química incrível e cômica entre seus personagens.

Obs: Existe uma cena pós-créditos.

Nota:





- Bilbo

Nenhum comentário:

Postar um comentário