domingo, 13 de outubro de 2013

"2001 - Uma Odisseia no Espaço"

No ano de 1968, um filme que revolucionou o cinema foi feito. Era "2001 - Uma Odisseia no Espaço". O enredo do filme consiste em 4 partes: a primeira dos ancestrais humanos, a segunda dos astronautas na Lua, a terceira da expedição à Júpiter e a quarta é a conclusão da história. Porém, nós não iremos falar da história (deixaremos isso para uma postagem posterior onde tentaremos explicar os mistérios por trás dessa obra). O roteiro é excepcional. As questões que o diretor trabalha são atuais, até mesmo para nós. Dentre essas questões está o medo do desconhecido, a humanização das máquinas, e a mais abordada em todo o filme: a evolução humana. O roteiro foi feito em quatro partes (como já mencionado antes) de uma forma inovadora. O diretor pula de uma parte para a outra em questão de uma cena. São essas opções ousadas que tornam Stanley Kubrick um diretor visionário e eficiente. Então já que tocamos nesse assunto vamos falar um pouco das escolhas que ele tomou. Como já disse, as escolhas de Kubrick foram ousadas. Naquela época ainda não havia uma ficção científica aclamada mundialmente como existem hoje (no caso de "Matrix", "Star Wars", "Star Trek", "Blade Runner" ...). O diretor tinha a responsabilidade de introduzir um gênero relativamente "novo" num mercado cultuado como é o cinema. Porém a obra de Kubrick não é reverenciada pelo fato de ser uma ficção científica ou pelos efeitos visuais. A história que ele criou merece ser conhecida. O elemento mais importante de sua história é o monólito (aquele objeto preto que parece uma porta em que os ancestrais humanos e os homens na Lua encontram). O monólito é um objeto extra-terrestre que serve de portal para uma outra galáxia (na certa mais evoluída que a nossa). Ele consegue criar um mito por trás desse elemento, causando perguntas ao expectador como "Existem seres de outro planeta?" e "Se existem, será que estão nos observando?". Para um público que ainda não tinha visto uma coisa dessas nas telonas, o diretor mostrou essas perguntas e elaborou um arco de histórias que questiona até mesmo a relação entre os humanos e o avanço da tecnologia. Ele foi tão brilhante, que na maior parte do filme não há diálogos. E os diálogos que existem são totalmente dispensáveis.O roteiro merece ser aplaudido de pé. Porém é impossível explicá-lo. Cada um tem que ter sua própria emoção e interpretação. Numa postagem posterior compartilharei minha emoção e interpretação do arco desenvolvido por Kubrick e a relação de cada cena (como também já citei antes que farei). Os efeitos visuais do filme são melhores até que muitos filmes atuais (ganhou até um Oscar pelos efeitos). A fotografia usada no espaço é inteligente, pois consegue pegar a Terra, a Lua e o Sol no mesmo plano, já no início do filme. O figurino poderia ser mais caprichado (mas também quem ligava para o figurino na época?). A trilha sonora é marcante. Até hoje ouvimos a trilha emocionante do momento de triunfo do homem com reverenciamento. O filme não é aquele que você assiste com o "cérebro desligado". Ele requere um pouco mais de atenção. Mas para quem entende o quão fundo "2001 - Uma Odisseia no Espaço" quer chegar, o filme é interessante e dá vontade de vê-lo novamente. O longa (considerado por muitos como melhor filme da história) é indispensável para fãs de ficção científica e principalmente fãs de filmes inteligentes que não precisam deixar tudo explicadinho para o expectador. Espero que Kubrick (onde quer que esteja) saiba que seu trabalho é reconhecido pelo blog Skybaggins como uma das melhores obras do cinema.

                                                                                                                          - Demolidor

Nenhum comentário:

Postar um comentário